Arcebispo de Évora lembra 2022 como o ano de regresso da guerra à Europa

2022 foi um ano de muito sofrimento, marcado, sobretudo, pelo regresso da guerra à Europa. O Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, na esperança que 2023 seja um ano melhor, lembra, entre outros, que temos vindo a assistir à deterioração das condições económicas básicas, em consequência da guerra, e às mortes de crianças e populações indefesas, também, devido ao frio e à fome.

“Percebendo nós o grito da Terra e dos pobres, através da pandemia de SARS-CoV-2, da trágica guerra na Ucrânia, com cruéis desumanidades e previsto agravamento do sofrimento com mortes de crianças e populações indefesas, inclusivamente pelo frio e pela fome; sentindo-se por toda a Casa Comum a deterioração das condições económicas básicas, derivadas deste e de outros conflitos que agudizam o empobrecimento e a miséria dos mais frágeis e sem voz do nosso planeta; constatando-se a constante agudização das condições climatéricas com graves e irreversíveis riscos de danos para todo o planeta, nomeadamente ao nível do desaparecimento de espécies criadas por Deus na beleza da biodiversidade; sofrendo o nosso País o revés golpe do retrocesso civilizacional que significa a pretensa aprovação da eutanásia e da morte assistida; experimentando nós a desertificação populacional do mais extenso território diocesano de Portugal, com a perca de 14.282 pessoas no distrito de Évora e de 23.239 habitantes no território da Arquidiocese, constituído por 24 concelhos centro alentejanos, alto alentejanos e ribatejanos”, diz o Arcebispo.

“Porque tudo começa no coração de cada homem, de cada mulher e de cada jovem urge partilhar a luz de Cristo com todos os Irmãos, eis a nossa missão! Seja-me permitido lembrar os nossos queridos irmãos idosos, dos quais 44.511 foram sinalizados como sobreviventes à solidão ou ao isolamento. Fixemo-nos no nosso distrito de Évora onde 2924 idosos aguardam gestos de procura, de encontro e de presença, compromisso, promoção humana, ternura, carinho e os diversos apoios necessários às suas idades. Sinais dos tempos a pedir-nos que ultrapassemos as barreiras do egoísmo individualista e nos encontremos com a raiz desta solenidade em que Deus se faz homem para que os homens sejam filhos de Deus e irmãos entre si”, remata.