Unidade de Cultura da CCDR Alentejo apresenta livro de Vítor Serrão

A 2ª edição, revista e atualizada, do livro” Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teotónio de Bragança, 1578-1602”, da autoria de Vítor Serrão, vai ser apresentada na Unidade de Cultura da CCDR Alentejo no próximo dia 23 de fevereiro, pelas 18 horas.

Editado pela Colibri e contando com os patrocínios da Fundação Casa de Bragança, e Cultura Alentejo, a obra que será apresentada por Pedro Flor da Universidade Aberta, centra-se na figura de D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602 que foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento.

Teotónio de Bragança fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquias da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitetura, servindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam.

Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de restauro storico de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses.

A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflete sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. Vitor Serrão, nasceu em Toulouse, França, é Professor Catedrático Emérito da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e autor de vasta bibliografia sobre arte da Idade Moderna, Ciências do Património e Teoria da Arte.