Esta semana, a Federação Portuguesa do Caminho de Santiago dá as boas vindas ao associado Município de Alvito, localizado no Caminho Via Nascente Alentejo e Ribatejo, destacando uma das suas joias patrimoniais no Caminho de Santiago, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção (Alvito)
A primeira igreja paroquial de Alvito foi erguida por obra dos monges trinitários e por graça do legado do Chanceler Estêvão Anes. Em testamento de 1279, este doara todo o território da vila de Alvito e de Vila Nova com os termos e direitos ao Convento da Santíssima Trindade de Santarém em contrapartida de algumas obrigações.
Uma das cláusulas principais era a construção de uma igreja que promovesse celebrações religiosas. A última vontade do chanceler foi cumprida: sob o orago da Santa Maria, a igreja tomou forma. Em 1481 terá tido início a construção das capelas funerárias da família Lobos da Silveira, instituídas por D. Maria de Sousa, mulher do 1º Barão de Alvito, D. João Fernandes da Silveira.
A planta de cruz latina, com a nave central maior e laterais mais baixas, moldam um conjunto que revela afinidades com a igreja de Viana do Alentejo. Na primeira metade do século XVII, o seu interior irá revestir-se à moda das últimas tendências adotadas em muitos templos da época: azulejos de padrão em amarelo, azul e branco ou apenas amarelo e branco.
A capela-mor recebeu, antes de 1625, um revestimento azulejar em enxaquetado monocromático, azul e branco, e o seu teto foi ornamentado por caixotões recobertos por pinturas de brutesco. Nos séculos XVII e XVIII, como em muitas outras igrejas do país, seguiu-se o hábito de abrir capelas ao longo das naves, multiplicaram-se os altares por iniciativa de confrarias e irmandades.
Também as pinturas murais que decoram esta emblemática igreja merecem o seu destaque, sobretudo a mais antiga do séc. XV – que representa – Santo André, Santiago e Sebastião.
No exterior, projetam-se gárgulas góticas, animais fantásticos ou pequenos demónios que parecem verter as águas pluviais como se expelissem o mal e, no restante corpo da igreja, outras já manuelinas, em forma de canhão.