
A Biblioteca Municipal Almeida Faria, em Montemor-o-Novo, continua a promover mensalmente, uma atividade denominada “Comunidade de Leitores”. O objetivo é a discussão em grupo de uma obra literária.
Nuno Cacilhas, técnico da Biblioteca Almeida Faria, referiu à RNA, que “a comunidade de leitores é um sítio importante porque, se por um lado já a leitura de um livro é o que permite de certa maneira criar diferentes perspetivas e olhar sobre o mundo, o confronto depois da leitura que fazemos da obra com outros leitores vai permitir evidenciar ainda mais essa multiperspetivação que conseguimos fazer do mundo através da literatura. Conseguimos perceber que o mesmo livro, lido por diferentes pessoas, pode alcançar dimensões de sentido muito diferentes, onde são apresentadas diferentes perspetivas do mesmo livro. E com isso vamos conseguir, de facto, enriquecer também a nossa experiência de vida e a nossa experiência do mundo, através de perceber o outro e através de perceber também o nosso lugar no mundo. A Comunidade de Leitores é, de facto, uma experiência democrática importantíssima numa biblioteca municipal”.
“A comunidade de leitores é aberta ao público em geral, as pessoas são convidadas a ler uma obra e a encontrar-se num determinado dia para debater as suas leituras e confrontar as leituras dos outros. Portanto é aberta à comunidade em geral. A participação na comunidade requer uma inscrição prévia, porque a Biblioteca de Montemor faz todos os possíveis para entregar um exemplar do livro a cada participante, para que possa efetivamente ler o livro e depois comentar o livro, portanto estar melhor preparado para a sessão”, sublinhou.
“Eu convido toda a gente, mesmo aqueles que não leem muito, a lerem, esse é o primeiro convite que posso deixar. E depois a virem também partilhar connosco as suas leituras para perceber de facto o quão rico pode ser este nosso mundo em que vivemos”, rematou Nuno Cacilhas.
A próxima sessão da comunidade de leitores, está marcada para amanhã, dia 6 de março, pelas 18.00 horas e destaca Han Kang, vencedora do Prémio Nobel 2024. Em análise, estará a sua obra ‘A Vegetariana’.
Sinopse:
“Uma combinação fascinante de beleza e horror.
Ela era absolutamente normal. Não era bonita, mas também não era feia. Fazia as coisas sem entusiasmo de maior, mas também nunca reclamava. Deixava o marido viver a sua vida sem sobressaltos, como ele sempre gostara. Até ao dia em que teve um sonho terrível e decidiu tornar-se vegetariana. E esse seu ato de renúncia à carne – que, a princípio, ninguém aceitou ou compreendeu – acabou por desencadear reações extremadas da parte da sua família. Tão extremadas que mudaram radicalmente a vida a vários dos seus membros – o marido, o cunhado, a irmã e, claro, ela própria, que acabou internada numa instituição para doentes mentais. A violência do sonho aliada à violência do real só tornou as coisas piores; e então, além de querer ser vegetariana, ela quis ser puramente vegetal e transformar-se numa árvore. Talvez uma árvore sofra menos do que um ser humano.
Este é um livro admirável sobre sexo e violência – erótico, comovente, incrivelmente corajoso e provocador, original e poético. Segundo Ian McEwan, «um livro sobre loucura e sexo, que merece todo o sucesso que alcançou». Na Coreia do Sul, depois do anúncio do Man Booker International Prize, ‘A Vegetariana’ vendeu mais de 600 000 exemplares. Aplaudido em todos os países onde está traduzido, é um best-seller internacional.”