Desde o momento em que foi conhecida a redação final do atual PEPAC, a APORMOR -Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-O-Novo, mostrou a sua total discordância quanto às medidas nele contempladas, onde o setor mais prejudicado foi o da pecuária extensiva.
Joaquim Capoulas, presidente da direção da referida associação montemorense, referiu à RNA que a APORMOR “pediu audiências a quem poderiam sensibilizar para a necessidade de alterar o que muito prejudicava, nomeadamente, o desaparecimento do greenning e o valor das ajudas ligadas às espécies pecuárias dos sistemas forrageiros extensivos, que demonstravam a total irrelevância que o setor tinha para quem desenhou este PEPAC, com a colaboração entusiasta do governo português e nas costas dos agricultores”
Desta forma, no início de outubro de 2022, “pedimos uma reunião no GPP do Ministério da Agricultura, onde mostrámos a nossa oposição ao espírito e às medidas previstas para a nova PAC, pedindo a sua alteração dentro dos prazos previstos no diploma. A recetividade, embora aceitando que a pecuária extensiva tinha sido o setor mais prejudicado, não nos pareceu muito forte”.
Referiu ainda que “no dia 22 de fevereiro de 2023, foi-nos concedida uma audiência, pedida em outubro do ano anterior, na Comissão Parlamentar de Agricultura, onde no final entregámos aos diversos grupos parlamentares um texto expondo as nossas preocupações e as correções necessárias”.
A partir também de fevereiro “colaborámos, ativamente, com a CAP na realização das manifestações que se realizaram de norte a sul”.
“Sempre sentimos da parte do Ministério da Agricultura que havia uma barreira às nossas pretensões e que a necessidade da presença de pessoas e agricultores no território rural era irrelevante ou até prejudicial ao equilíbrio da natureza, como parece ser o lema reinante no Ministério do Ambiente e da Alteração Climática, agora dominante nas decisões a tomar sobre o nosso Mundo Rural”.
“Mas nunca pensámos que a incompetência, associada à intensão, deliberada ou não, de tentar acabar com a presença das pessoas no interior do país, tornando impossível a sua sustentabilidade económica, levasse a situações como a deste 25 de janeiro de 2024, onde estavam prometidos pagamentos da PAC que já deveriam ter sido feitos em 2023 e que só aconteceram numa pequena parte, ou mesmo nada. Pareceu uma provocação a todos nós, que desempenhamos um papel fundamental na produção de alimentos, no equilíbrio ambiental e na defesa do território”, rematou.
Tudo para saber sobre este tema, com Joaquim Capoulas, na rubrica “Espaço Apormor”, que pode ouvir na emissão às 12:45 e às 16:30 horas ou no podcast abaixo: