“Olival é o grande volume da herdade e diminuição faz diferença”, diz Alfredo Peneda

A produção de azeite deverá sofrer, este ano, a nível nacional, uma quebra superior a 50 por cento.

Alfredo Peneda(na foto), engenheiro responsável pela campanha de apanha da azeitona na Herdade d’Alcobaça, em São Vicente e Ventosa, no concelho de Elvas, explica que, “devido à elevada produção do ano passado, a árvore perde este ano algum fruto. Por outro lado, as temperaturas elevadas de final de Maio, altura em que a árvore estava na floração, levaram à secagem de algumas flores das árvores”.

Em São Vicente, a apanha da azeitona deverá decorrer até meados de Dezembro. “No olival mais antigo, a quebra deverá ser de cerca de 40 por cento. Já no olival mais novo, a diferença, em relação a 2021, deverá rondar os 20 por cento. Esta diminuição, para a economia da Herdade, faz alguma diferença. É verdade que nós temos animais, amêndoa e vinha mas o olival é o grande volume de negócio”.

De acordo com Alfredo Peneda, o azeite da Herdade d’Alcobaça é produzido “apenas com produção própria e com azeitona do ar, ou seja, não se utiliza fruta do chão. O nosso azeite é distribuído nas grades superfícies comerciais e caracteriza-se por ter uma baixa acidez, com frutado intenso e um ligeiro picante. Deve ser dos azeites do mercado que dura mais tempo na garrafa, se estiver guardado em ótimas condições”.

O engenheiro garante que, “hoje em dia, com todas as técnicas utilizadas para apanhar a azeitona, a qualidade do azeite está assegurada”.

O ano passado, na Herdade d’Alcobaça, em São Vicente e Ventosa, foram colhidas cerca de cinco mil toneladas de azeitona, o que se traduziu em, aproximadamente, 850 toneladas de azeite, valores muito acima do normal. Este ano, a quebra ronda os 40 por cento em alguns tipos de azeitona e os 20 por cento nos olivais mais novos.