
O Canil Municipal de Montemor-o-Novo – Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia (CROAC), tem vindo ao longo dos últimos quatro anos a sofrer algumas alterações no sentido de dar uma melhor estabilidade aos animais que ali chegam.
Sílvia Santos, vereadora da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, referiu em declarações à RNA, que “de facto, o Canil, quando este executivo chegou à Câmara Municipal, era um depósito de animais. Tínhamos cerca de 80 animais. Não havia campanhas de adoção, não havia preocupação com o bem-estar. Temos feito ao longo destes quatro anos um trabalho intenso no sentido de reabilitar este espaço também, com uma intervenção que foi feita também com o apoio do ICNF, cerca de 17 mil euros, numa intervenção total de cerca de 32 mil euros, de requalificação deste espaço, de criação de um espaço também ao ar livre, para que os animais possam sair das boxes e estar um pouco em terra, a brincar. Temos feito aqui todo um trabalho no sentido de dinamizar o espaço, de criar situações de bem-estar para estes animais que estão aqui todos os dias, os cães do canil saem das boxes e são passeados. Quer pelos tratadores que aqui estão, também a trabalhar connosco, quer por um grupo de voluntários que nós permitimos que entrassem no canil e que nos ajudassem a dinamizar este espaço também. Assim como conseguimos de alguma forma dinamizar em termos da adoção, que é essencial. Ou seja, o canil neste momento é um espaço em que recebe animais que de alguma forma foram abandonados, porque fugiram, porque se perderam, mas é um espaço temporário em que tentamos de toda a forma que sejam recebidos por outras famílias e fazendo também aqui algumas campanhas no sentido de uma adoção responsável”.
“Temos feito algumas campanhas também com jovens, junto das escolas, com grupos de jovens do 6º ano, uma campanha de adoção responsável muito interessante que aconteceu durante o ano letivo anterior. Temos feito também alguma intervenção junto das ARPIS e IPS’s, com pessoas mais velhas e população mais vulnerável, um projeto também que é “Patas e Abraços”, em que levamos alguns animais a visitar esses espaços e são momentos muito agradáveis em que as pessoas que lá estão também recordam um pouco daquilo que eram os animais que tinham o espaço quando estavam nas suas casas, quando tinham os seus animais, os seus cães e ficam sempre muito felizes. A nossa veterinária municipal tem também formação em terapia assistida e portanto tem sido uma mais-valia para este projeto que temos tentado dinamizar”, acrescentou a vereadora.

A nossa reportagem também falou com Sofia Arrobe, veterinária do Canil que referiu que “os animais podem chegar em diferentes condições, não só condições físicas, mas condições psicológicas também. Alguns vêm em mau estado físico, muito magros, podem vir com muitos parasitas externos, podem vir com feridas, lesões de diferentes naturezas, tanto têm que ser tratados e acompanhados durante o tempo necessário. E outros vêm com questões psicológicas, tanto traumas psicológicos, animais que podem ser muito medrosos, que podem ter estado muito tempo expostos a condições adversas enquanto estiveram sem um teto propriamente dito, e que depois temos que tentar, dentro do que é o ambiente de um canil, também que encontrem alguma estabilidade emocional para poderem recuperar e serem cães também depois mais facilmente adotáveis, sociáveis, estáveis, para que seja mais fácil uma família apaixonar-se por eles e poder acolhê-los”.
Outras pessoas fundamentais para o bom funcionamento do Canil, são os tratadores, Jorge Mangerico, tratador no canil adiantou que “é um trabalho que faço com gosto, nós recebemos aqui animais nervosos, com maus tratos, recebemos aqui de tudo. E depois temos de fazer limpeza todos os dias nas boxes, temos de dar comida, mas é um trabalho que gosto mesmo”.















































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