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Filipe Nuno quis testar os seus limites nos 250 quilómetros da Maratona das Areias

O montemorense Filipe Nuno concluiu, recentemente, os cerca de 250 quilómetros da Maratona das Areias, no deserto do Sahara, em Marrocos.

Considerada a mais dura corrida do mundo, esta maratona, para além de perigosa, é muito exigente, sobretudo devido às condições do deserto, em que os participantes devem ser autosuficientes, carregando às costas tudo o que precisam para os dias de prova, incluindo a própria alimentação.

Com o objetivo de testar os seus limites, Filipe Nuno revela que a ideia de participar surgiu da vontade de fazer o percurso das provas insanas, logo após ter terminado a sua participação no Ultra Trail Mont-Blanc. “Comecei a procurar provas insanas, porque queria fazer uma no deserto, uma na selva, uma no gelo e outra na montanha, que fossem provas desafiadoras e que pouca gente tivesse lá ido”, começa por contar.

“Concorri e, por sorte, fui selecionado, logo à primeira, para a corrida no deserto e aí começou a cabeça e o corpo a trabalhar”, adianta, assegurando que, para se preparar para esta Maratona das Areias, teve de abdicar “de muita coisa”: de “muita alimentação, de muitas saídas”.

Filipe passou até à hora de viajar até Marrocos, passou a treinar duas vezes, todos os dias da semana. Já no deserto, enfrentou etapas “muito exigentes”. As três primeiras, ainda assim, correram-lhe “muito bem”. “Ao terceiro dia começaram a aparecer as primeiras bolhas, na planta dos pés. Começou-me a cair a pele e a sagrar”, recorda.

Na etapa dos 90 quilómetros, o atleta decidiu fazer o percurso, ora a correr, ora a andar, o que lhe fez perder “muito tempo”. No derradeiro dia da maratona, com os pés já sem lhe caber nos ténis, mas a pensar “em todo o trabalho que tinha feito e no apoio das pessoas”, quis recuperar algumas posições. Fê-lo, mas sempre com “as lágrimas nos olhos”, uma vez que tinha “dores horríveis”.

O maratonista, que apesar das dificuldades, garante que voltaria a fazer tudo de novo, recorda ainda o sentimento ao cruzar a meta: “foi um sentimento de dever cumprido”. “Depois veio o choro, o sentimento de felicidade e de pensamento nas pessoas todas”, remata.

A entrevista completa a Pedro Nuno, conduzida por Paulo Canas, para ver e ouvir no vídeo abaixo:

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