Assinalam-se hoje 48 anos desde a Revolução de 25 de abril, também conhecida como Revolução dos Cravos. A data marca, em Portugal, o dia em que as forças militares derrubaram a ditadura do Estado Novo, implantada também por militares em 1926.
As celebrações iniciaram hoje de manhã, pelas 9 horas, no Largo do Paços do Concelho, em frente à Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, onde decorreu a cerimónia de hastear da bandeira, ao som da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários da cidade.
Olímpio Galvão, presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo realça a “Sessão Solene que não decorria há oito anos”, na qual “todos os partidos eleitos são chamados para dar a sua palavra, para falar do 25 de abril, da conjuntura atual, para falarem do que bem entenderem”, sendo este, para o autarca, um momento em que há “mais espaço de liberdade, mais espaço de participação cívica política”, confessa.
Esta é uma data que deve ser comemorada “todos os dias, o 25 de abril tem de se construir todos os dias, é como um jardim tem de ser bem cuidado, todos os dias”, por isso, “cabe a cada um de nós, portugueses, trabalharmos no sentido de melhorarmos a nossa democracia para ela ser ainda mais livre, mais participativa, a bem dos portugueses”, adianta Olímpio Galvão.
Manter a tradição de festejar este dia, para que não caia no esquecimento, e para aqueles que não viveram na pele a ditadura aprendam sobre o tema, é algo essencial de se manter, tal como salienta o presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora da Vila, Bispo e Silveiras, António Danado, realçando “os princípios de Abril, os princípios de liberdade e os princípios que nós temos de transmitir às pessoas mais novas”.
António Danado adianta ainda que “os direitos e as conquistas que vieram no pós 25 de abril têm de ser todos os dias trabalhados”, principalmente, neste momento, onde após dois anos de interrupção de comemorações, “finalmente voltarmos ao terreno, à vida ativa, voltarmos a estarmos todos juntos numa iniciativa”, é importante para os munícipes, trazendo de volta a tradição de celebrar este dia.
Cármen Carvalheira, presidente da Assembleia Municipal, afirma que, após estes 48 anos de liberdade, “estamos a chegar a uma fase em que começam a ser cada vez menos aqueles que viveram na pele a ausência de liberdade”, apelando ao ensino destas matérias aos mais jovens, uma tarefa importante visto que, “viver sem liberdade é demasiado mau”.
Alertando para o momento em que se vive, “uma guerra, mesmo às portas do nosso país”, a presidente da Assembleia Municipal destaca “que não há melhor momento para celebrarmos a liberdade do que este. É muito importante que todos os portugueses, e neste caso, que todos os montemorenses, saibam dar valor à liberdade”, honrando aqueles que lutaram para que hoje se vivesse de forma livre, no país. Para Cármen Carvalheira, a “melhor forma de honrar, do que votar”, realçando que essa é a maior força que qualquer cidadão tem.
Depois do hastear da Bandeira houve ainda uma pequena arruada pela cidade, ao som da Fanfarra dos Bombeiros Voluntário de Montemor-o-Novo, que parou nos locais mais emblemáticos da cidade.