
Dezoito dias depois da data prevista, o Alentejo Litoral continua sem contar com o helicóptero que devia estar desde 01 de junho a voar a partir do heliporto de Grândola, para acorrer a incêndios florestais nos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e parte do concelho de Odemira.
“Com esta situação inesperada, apesar de termos reunido todas as condições que nos são exigidas para que o helicóptero e respetiva equipa da GNR possam funcionar a partir de Grândola, o Governo não está a cumprir a sua parte, colocando em risco um vasto património florestal natural que cobre, principalmente de sobreiros e pinheiros-mansos, vastas áreas do Alentejo Litoral e constitui uma importante riqueza até numa perspetiva nacional”, contesta o Presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), Vítor Proença, que também preside ao Município de Alcácer do Sal.
Para o vereador com o pelouro da Proteção Civil da Município de Grândola, Ricardo Costa, a intervenção do meio aéreo é fundamental para atacar e extinguir incêndios em fase inicial e evitar que ganhem maiores proporções.
“Há dias tivemos um incêndio em Melides, onde arderam 7ha de vegetação. Se tivéssemos o helicóptero, nem um hectare teria ardido”, exemplifica o autarca.
O calendário elaborado pela Proteção Civil determina que o helicóptero destacado para Grândola devia estar no heliporto da vila desde o dia 01 de junho. “Não veio a 01 de junho, disseram-nos que viria a 11. Estamos a 18, ainda não chegou e ninguém nos diz se virá ou quando virá”, contesta o vereador.
O meio aéreo destacado em Grândola destina-se a combater incêndios numa extensa área que vai de Troia, junto à foz do rio Sado, ao Sudoeste Alentejano, no concelho de Odemira. Além dos meios de descarga de água, o helicóptero transporta uma equipa da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEM) da GNR treinada para o combate inicial a fogos rurais.
O helicóptero que tem funcionado a partir de Grândola nos últimos anos tem sido crucial para que os incêndios na região tenham sido quase todos debelados logo no início, com exceção do que sucedeu em Odemira em 2023, reforça o presidente deste Município, Hélder Guerreiro.
Para agravar ainda mais a situação, o helicóptero que deveria estar sediado em Ourique (Baixo Alentejo) – a base de meios aéreos de combate a incêndios mais próxima do Alentejo Litoral – também não está a operar, sublinha o autarca de Odemira.