Skip to content

Agricultores de Montemor rumaram para Portalegre esta manhã

Foi para contestar “a competência de quem nos governa”, segundo os agricultores, que várias dezenas de agentes do setor se reuniram, esta manhã, em Portalegre. Para se manifestar, num protesto que teve início junto à Associação de Agricultores do Distrito, no Parque de Leilões de Gado, com uma marcha até à sede da Direção Regional de Agricultura.

Em Montemor, alguns agricultores rumaram até Portalegre. A Rádio Nova Antena falou com Joaquim Capoulas, presidente da APOMOR, que explicou os motivos desta manifestação: “isto é um acumular de tenções que tem acontecido no mundo rural, porque as políticas do governo português e da ministra da agricultura são atentatórias do nossos valores e tradições, da nossa sustentabilidade económica e ambiental. Em Lisboa o que acontece nos gabinetes ministeriais, não é nada que tenha haver connosco, sentimo-nos mais abandonados e menos apoiados. E para um setor fundamental para a dependência de qualquer país, que é o setor primário, agroalimentar, está completamente abandonado. E não é a prioridade de quem governa, não é este setor que ocupa 75% do território nacional, que ao continuar assim vem o abandono e os incêndios”.

Esta manifestação incide “na demissão da ministra, que parece que anda a cumprir um papel de liquidadora de todo o Portugal rural” sendo “fundamental alertar as pessoas para o Portugal rural. Por exemplo, o Alentejo foi no último ano a zona que mais população perdeu, isto não pode acontecer”, estabelece Joaquim Capoulas.

“A Europa envia dinheiro que é para os custos da alimentação e conservação de território, para que não seja tão doloroso para os portugueses, sustentar este setor. E nada disso acontece, não é prioridade. A ministra da agricultura quer fazer esse dinheiro desaparecer, e as direções regionais da agricultura são as nossas assistências técnicas e nossos parceiros desde sempre, querem acabar com as direções regionais, portanto, iriamos ficar entregues a um ministério da coesão territorial. Esta manifestação também é para lutar pela coesão territorial entre as populações urbanas e meio rural”, afirma o presidente da APORMOR.

“Nós temos um programa que é levar os jovens das escolas às zonas rurais para saberem o que é”, acrescenta Joaquim Capoulas. “Esta vai ser uma grande manifestação que de certeza vai decorrer com muito civismo, porque as pessoas do campo não estragam nada. Vai sim ser uma grande jornada de luta e solidariedade entre as gentes do campo”

Maria do Céu Salgueiro, manifestante, explica o porquê de ter aderido a esta manifestação: “numa forma transversal, a nível do país tem havido este movimento, numa fase em que nós agricultores sentimos que não há qualquer tipo de ligação entre o ministério connosco, a parte ativa” sendo que “nós fazemos com que a parte do interior não se desertifique, para que a produção seja direcionada para a economia da regiões. Depois olhamos para montante vimos que nosso ministério não tem liderança. Todos os dias há notícias negativas, no sentido de não haver uma secretária de Estado para nos orientar, numa fase que temos o PEPAC (Plano Estratégico da Política Agrícola Comum) ”

Já António Vacas, manifestante, exprime o que levou a participar nesta manifestação: “são insuportáveis os custos de produção da agricultura. Penso que o mundo rural com esta ministra da agricultura está completamente desapoiado”.

As próximas manifestações vão ser dia 9 de março, em Beja, e 15 de março, em Évora.

Compartilhe este artigo: