A exposição “Um mês, uma história” vai estar patente no Arquivo Municipal de Montemor-o-Novo, durante este mês. A mostra apresenta o Livro de Registo dos Expostos, datado de 1805, e que faz parte do Fundo Câmara Municipal de Montemor-o-Novo.
A Roda dos Expostos funcionou em Montemor, no antigo Hospital do Espirito Santo e de Santo André.
Mais tarde utilizado como “fábrica de Moagem de panificação e depois como casa de espetáculos (Radio Cine), armazém (…) e as galerias térreas (..) para estabelecimentos comerciais e o claustro e o corpo alto das enfermeiras, para clube recreativo”, segundo o Clube Montemorense.
A Roda, espécie de caixa cilíndrica, giratória em torno de um eixo vertical, parcialmente aberta para que aí se introduzisse a criança enjeitada ou exposta, cujo abandono assentava em dois pressupostos: ou no “salvamento da honra” ou na “extrema indigência”.
Quando a criança dava entrada na Roda, era efetuado um registo de entrada onde se descriminava o vestuário que trazia consigo, bem como, objetos (medalhas, fitas, cruzes, amuletos) os quais poderiam funcionar posteriormente como marcas de reconhecimento (isto porque as crianças poderiam ser reclamadas pelos pais ou entregues por ordem do Juiz de Fora, embora tal, não fosse prática usual) e a transcrição dos “escritos” que acompanhavam o exposto. Seguiam-se as diligências para que a criança fosse batizada, onde constava obrigatoriamente a identificação dos padrinhos. Quanto ao nome se não vinha indicado atribuía-se-lhe um.