Foi publicado em Diário da Républica, sobre proposta da Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlentejo), a abertura do procedimento de classificação do Megalitismo Alentejano, conjunto que totaliza 2049 monumentos.
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O processo de classificação foi desencadeado em outubro de 2020 pela Diretora Regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, que requereu, junto da Direção-Geral do Património Cultural e do Conselho Nacional de Cultura, a classificação urgente e excecional de todo o conjunto do património megalítico da região do Alentejo como conjunto de interesse nacional.
A preparação do processo de abertura da classificação contou, desde a primeira hora, com a colaboração científica da equipa coordenada pelos Professores Doutores Ana Catarina Sousa e Victor S. Gonçalves (UNIARQ /Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) que sustentaram técnica e cientificamente a proposta de classificação deste conjunto de valor incalculável, em Portugal e no mundo. A urgência da salvaguarda deste conjunto surge perante as várias destruições de património arqueológico resultantes do modelo de agricultura super intensiva que tem vindo a ser implementado no Alentejo, numa situação dramática e de crescente e sistemático desaparecimento da sua paisagem cultural.
O conjunto em classificação do Megalitismo Alentejano, inédito na sua dimensão, totaliza 2049 monumentos, alguns dos quais em mais do que um concelho, correspondendo à área de maior concentração de monumentos megalíticos da Península Ibérica e uma das mais relevantes à escala europeia.
O Megalitismo corresponde ao fenómeno identitário de maior projeção na história das primeiras sociedades camponesas, do 4º e do 3º milénio a.n.e. no Alentejo, dada a sua monumentalidade, conceção arquitetónica, relação com a paisagem e com o cosmos, e ainda pelo investimento socioeconómico que para aquelas comunidades pré-históricas, terá significado a sua construção. As antas e os menires representam, além disso, um dos únicos vestígios pré-históricos que permaneceram visíveis à superfície, tendo constituído, junto das populações, um referencial identitário na paisagem durante quase seis mil anos até aos nossos dias.
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