O Dia Mundial do Animal assinala-se, este sábado, dia 4 de outubro, com um alerta preocupante para o aumento do número de animais errantes.

No Alentejo, o Cagia (Canil e Gatil Intermunicipal) demonstra uma tendência de aumento de animais recolhidos. Se em 2022 foram 275 cães, em 2023 o número passou para 282 cães. No ano passado, eram já 372. Olhando para 2025, só até 30 de setembro já foram recolhidos 358 cães. Prevê-se que o número final ultrapasse todos os anos anteriores. Ao mesmo tempo, a entrada de gatos tem diminuído, graças ao programa CED (Capturar-Esterilizar-Devolver), que controla as colónias felinas em vários municípios do Alentejo.

A tendência acompanha também os números nacionais, que continuam a revelar a gravidade do problema. De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), Portugal Continental conta atualmente com cerca de 930 mil animais errantes. Em 2023, foram recolhidos das ruas 45 148 animais, o valor mais elevado de sempre.

No Dia Mundial do Animal, o CAGIA reforça a mensagem da gravidade do abandono animal, crime em Portugal desde 2014, e lembra a obrigatoriedade da identificação eletrónica (microchip) de cães, gatos e furões, a partir dos 120 dias de idade. O microchip é fundamental, em especial para facilitar a recuperação de animais perdidos.

Entre 2022 e 2024, apenas 0.02% dos animais recolhidos foram restituídos aos seus tutores por apresentarem identificação eletrónica.  O Dia Mundial do Animal representa um momento para refletir sobre a importância de promover o bem-estar animal. Desde 1987, com a assinatura da Convenção Europeia para a Proteção dos Animais de Companhia em Estrasburgo, e a sua entrada em vigor em Portugal em 1994, este tema tem vindo a ganhar maior dimensão. O Cagia cumpre diariamente essa missão, assegurando a recolha de animais errantes nos 12 municípios associados e garantindo o seu bem-estar.