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FACECO inaugurada na presença do Secretário de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território (c/fotos)

 A FACECO – Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira, abriu portas esta sexta-feira e prolonga-se até domingo, dia 20 de julho em S. Teotónio.

Na cerimónia de inauguração estiveram presentes várias entidades, nomeadamente Dário Guerreiro, presidente da Junta de Freguesia de S. Teotónio, Hélder Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira e Silvério Regalado, Secretário de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território.

Dário Guerreiro, deixou algumas reivindicações ao Secretário de Estado, onde referiu que “relativamente ao trabalho que é necessário fazer, passados estes anos todos, continuamos aqui a sentir a necessidade, de terem um plano de objetivos a nível nacional. Portugal tem que ter um objetivo, tem que saber onde é que se quer posicionar para estar daqui a 10, 15, 20 anos. Os anos passam e continuamos a ter políticas, às vezes, um bocadinho a navegar e isso prejudica o território, prejudica o país, prejudica as autarquias. É necessário, deixar de continuar a haver um centralismo em Lisboa. As políticas decidem-se em Lisboa, fazem-se em Lisboa e replicam-se para o resto do país. O país é diferente, as autarquias são diferentes, os territórios são diferentes, as pessoas são diferentes, a oferta é diferente. É necessário empoderar não só as CCDR’s, empoderar não só as Juntas de Freguesia, as Câmaras Municipais, é  necessário democratizar. É necessário também aumentar os orçamentos das Juntas de Freguesia. Posso dizer que o investimento que temos disponível para investir numa freguesia deste tamanho é pouco mais de 200 mil euros, temos cerca de 9 mil habitantes portanto é necessário dar mais às juntas de freguesia. Elas são, muitas das vezes, as promotoras do desenvolvimento”.

“E tenho mesmo que enaltecer o trabalho do município de Odemira e todas as freguesias do município de Odemira. Nós, aqui, decidimos todos, pensamos no território, temos planos para o território, projetos para o território, mas é preciso haver mais proximidade com quem dita as leis ao nível central. O Estado, ao longo dos últimos anos, tornou-se como uma figura ausente, em especial na periferia onde nós estamos inseridos. Existem inúmeras situações da responsabilidade do Estado, edifícios por arranjar, edifícios para as forças de segurança, os próprios serviços públicos que carecem de funcionários, mas também de condições para esses funcionários trabalharem”, sublinhou.

Hélder Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira, referiu que “Odemira é o maior concelho do país, demograficamente é um concelho muito diverso, tem cerca de 80 diferentes nacionalidades aqui a viver e que representam 40% do mundo. É, portanto, uma demografia jovem, curiosa, que nos traz muitos desafios também para o futuro e que também apresenta muitos desafios no presente. Na economia, este território tem na agricultura, no turismo, mas também nos serviços, a componente central, é diversa. Também porque o território é ele próprio bastante diverso, desde o mar até à zona mais nascente do território. O território, a orografia, a demografia, tudo aquilo que são recursos são bastante diferentes. Fazemos fronteira, com Monchique, a sul, mas também com Silves, com Ourique, também com Santiago do Cacém, e portanto, acabamos por fazer fronteira com uma vasta área. Odemira tem aqui do ponto de vista da riqueza ambiental e dos recursos próprios, uma grande monumentalidade. De resto, estamos a trabalhar, também com Monchique, para, podemos vir a ter no futuro, Aljezur  também , Sines e Vila do Bispo, para podermos construir aqui um geoparque neste território, acrescentando assim alguma atratividade à tradição”.

O autarca de Odemira, proferiu algumas palavras ao governante, onde referiu “estamos disponíveis, naturalmente, para trabalhar com o Governo nas funções que interessam ao país, mas que interessam, em primeiro lugar, e naturalmente, a Odemira. Tem sido absolutamente impossível criar condições de confiança, de construção de propostas, de construção de trabalho, para as soluções, para as coisas que efetivamente este território precisa. Isto é um território que só em explorações na área da agricultura nós estamos a falar de mais de 300 milhões de euros por ano. Se falamos no turismo estamos a falar de perto de 100 milhões de euros por ano. Estamos a falar de um território que só em IRC, das empresas locais, estamos a falar de 130 milhões de euros por ano. E se assim é, então, faria muito sentido que o governo daqui dependesse 10% por ano desse valor em criar melhores condições no território. Estaríamos a falar de 13 milhões de euros por ano de investimento do Estado. Acho que era justo e interessante”, rematou.

Em resposta a Dário Guerreiro e a Hélder Guerreiro, o Secretário de Estado, referiu “de facto é muito importante que haja estabilidade governativa, como dizia o senhor presidente da junta e referiu muito bem também o senhor presidente da Câmara. Façam só um exercício comigo há cerca de 51 anos que vivemos num processo democrático, fará 50 anos no próximo ano das primeiras eleições democráticas para as autarquias locais, se fizermos as contas, nós temos essencialmente o dobro dos governos da nação, do que temos em cada um dos concelhos. E isso também diz muito sobre a estabilidade que temos para dar aos territórios, porque, na verdade, a incapacidade que os governantes têm neste processo de transição de tomar algumas decisões é enorme. Por isso, o compromisso que este governo tem é um compromisso para quatro anos. Nós queremos governar durante os quatro anos. Poder, no fim dos quatro anos, assumir todas as responsabilidades que o senhor pretende, por exemplo, não se incomodem por fazerem reivindicações para os vossos territórios. Acho perfeitamente justo. Aliás, o que não acharia natural é que não acontecesse isso. Eu gosto de dizer outra coisa, que é o autarca é o primeiro a ouvir e o último a desistir”.

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