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Universidade de Évora participa em projeto artístico de dimensão europeia

A Universidade de Évora marcou presença em Cáceres, no passado dia 13 de dezembro, no âmbito das iniciativas culturais associadas à candidatura daquela cidade espanhola a Capital Europeia da Cultura 2031, através da participação de estudantes do Departamento de Música da Escola de Artes num projeto artístico de forte simbolismo europeu, centrado na desconstrução e reconstrução da 9.ª Sinfonia de Beethoven.

A participação da Universidade de Évora foi avaliada de forma muito positiva por todos os intervenientes, tendo Ana Telles, Vice-Reitora para a Cultura e Comunidade da Universidade de Évora, que coordenou esta parceria e marcou presença em representação da instituição nesta ação, destacado que “a participação correu muitíssimo bem. Vários estudantes do Departamento de Música da Escola de Artes da Universidade de Évora prepararam, sob a orientação da maestrina e docente convidada Renata Oliveira, o 1º andamento da 9ª Sinfonia de Beethoven, num arranjo para ensemble de sopros. Tocaram por duas vezes, no dia 13/12, na Iglesia de San Juan, em Cáceres, perante públicos numerosos que preencheram por completo o espaço disponível. A direção musical foi do maestro espanhol Jorge García Cuenllas, que se deslocou previamente à Universidade de Évora para ensaiar com os estudantes; a avaliação que este maestro fez da participação dos nossos estudantes foi excelente, coincidindo também com a que me foi transmitida pela chefe da equipa de missão de Cáceres 2031 – Capital europeia da Cultura (cidade candidata), Iris Jugo”.

Do ponto de vista formativo, a Vice-Reitora sublinha que os próprios estudantes “consideraram a iniciativa de grande relevo na sua formação e percurso pré-profissional”. A visibilidade do evento foi ainda reforçada por uma extensa cobertura mediática em Espanha, permitindo “levar o nome da Universidade de Évora a públicos diversificados”, tanto presencialmente como através dos órgãos de comunicação social e plataformas digitais.

No plano artístico e conceptual, a Universidade de Évora contribuiu para um projeto que teve como base uma obra maior da cultura musical europeia. Conforme explica Ana Telles, a instituição participou “na desconstrução e reconstrução da 9.ª Sinfonia de Beethoven, obra icónica da cultura musical erudita europeia e símbolo da União Europeia”, sendo o saber adquirido pelos estudantes ao longo da sua formação universitária determinante para uma integração “plena e digna” num projeto de elevada exigência artística. Essa formação tem igualmente permitido aos jovens músicos desenvolver projetos culturais site-specific em espaços do património material e natural da região de Évora, experiência que se revelou fundamental num projeto concebido para vários espaços patrimoniais da cidade de Cáceres.

Para além da dimensão artística, a presença da Universidade de Évora refletiu também a experiência acumulada no cruzamento entre cultura, património e academia, nomeadamente no contexto de Évora_2027 – Capital Europeia da Cultura, bem como a “solidariedade transfronteiriça de que projetos como estes beneficiam”, reforçando a cooperação cultural entre territórios vizinhos.

A escolha da Nona Sinfonia de Beethoven, associada a valores como humanidade, união e cultura europeia, conferiu um forte enquadramento simbólico à iniciativa. Na leitura da Vice-Reitora, este projeto surge num contexto em que “a Europa se encontra num período de crise a vários níveis: identitária, ideológica, democrática, demográfica e económica”, convidando à reflexão sobre os valores fundamentais da construção europeia. A desconstrução e reconstrução da obra de Beethoven permite, assim, uma leitura que abrange os últimos dois séculos e se projeta no futuro, em linh a com o desígnio central do conceito de Capital Europeia da Cultura.

Neste sentido, a presença da Universidade de Évora, enquanto membro ativo da Associação Évora_2027, assumiu um significado que ultrapassa a dimensão local. Como refere Ana Telles, simbolizou “não apenas a união de dois países vizinhos, mas também a própria solidariedade e irmandade europeias”, expressas através “da criatividade, da energia e do saber dos jovens, em cujas mãos está desde já o futuro do continente europeu”.

Esta participação insere-se numa estratégia mais ampla da Universidade de Évora enquanto agente ativo na criação, mediação e internacionalização cultural. De acordo com a Vice-Reitora, esse caminho tem vindo a ser consolidado através da integração de estudantes e docentes em redes internacionais de referência nas áreas artísticas e culturais, como são exemplos a European Association for Architectural Education – EAAE, a European League of Institutes of the Arts – ELIA ou até a Enhancing Quality in the Arts – EQ Arts, bem como pela organização de conferências e eventos internacionais na Universidade de Évora e pelo reforço de parcerias em projetos financiados nas áreas criativas e artísticas. Uma dinâmica que confirma o posicionamento da instituição no espaço europeu do ensino superior, da cultura e da criação artística.

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