
A 15ª edição da Festa dos Contos – Festival da Palavra está de volta a Montemor-o-Novo nos dias 15, 16 e 17 de maio, este ano com a temática “Quantos ‘eus’ existem em mim?” O Cineteatro Curvo Semedo e a Biblioteca Municipal são os principais palcos desta festa que une a comunidade montemorense a vários artistas: escritores, performers, músicos, contadores de histórias e pensadores em torno da diversidade da palavra e das vozes interiores que nos constroem.
Carlos Marques, diretor artístico da Trimagisto, referiu à RNA que ” nós temos uma programação cheia; na quinta-feira, teremos a inauguração com a ACERT – Associação Cultural e Recreativa de Tondela. O Coral de São Domingos será o responsável pela abertura e teremos algumas surpresas que não podemos revelar. Depois, haverá um espetáculo da ACERT, que já participou na festa dos contos há cerca de seis anos e, naquela noite, estava tanto frio que eu prometi que eles voltariam; portanto, voltam este ano. Estamos a preparar um belo espetáculo, na verdade muito bonito, de poesia e música, que é especial.”
” Na sexta-feira, teremos a nossa já tradicional romaria. Este ano, convidámos a D’Temple, a Universidade Sénior e a Fanfarra dos Bombeiros para colaborar connosco neste espetáculo que tem o ponto de encontro no Convento de S. Domingos e vamos em direção a um local que geralmente é onde há mais atividade. À frente desta romaria, temos duas atrizes a coordenar todo este espetáculo, que se chama ‘É de sonho e de Pó’, inspirado numa música da Elis Regina, que se chama precisamente Romaria. E no Curvo Semedo teremos um grande espetáculo com Carles García Domingo, que é o nosso convidado internacional”, salientou.
“No sábado, o dia é todo dedicado à família. Teremos poesia, uma rulote, uma livraria e várias performances. Também teremos o espetáculo que eu enceno e interpreto, que é o “Levantado do Chão”, que completa 10 anos este ano. Vamos juntar uma versão masterizada desse projeto e lançar um livro com esse texto, passados 10 anos, e com outros dois textos. À noite, teremos Maria Caetano Vila-Lobos, sempre com sua poesia feminista e com sua forma ativista de estar no mundo. Convido todos a ouvi-la, porque ela possui uma essência e uma personalidade bastante fortes e, além disso, é de Montemor. Terminamos com o primeiro grande contador de histórias em Portugal, chamado António Fontinha, e finalizaremos com os Agarrat’Obrass, um grupo de música que nos deixará a todos bem dispostos.”, acrescentou
“A temática do festival este ano é “quantos ‘eus’ existem em mim”, e a pergunta, portanto, reflete-se sobre a importância do eu, do outro e do amor nestes tempos individualistas. Estamos vivendo tempos muito individualistas, claramente, e precisamos de mais laços comunitários. A única forma de termos comunidade é refletir sobre o impacto que eu tenho no outro e o que o outro tem em mim. Estamos sempre a falar do ser humano e da sua essência primária, que é a comunicação e a comunidade que antes existia”, remata.