Para além dos apoios financeiros, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, garante que, para se conseguir atrair médicos, sobretudo para o interior do país, são precisos outros incentivos, que passam pelo “bem-estar, qualidade de vida e organização”.

“A saúde é uma área muito complexa e, ao mesmo tempo, muito estimulante. Os profissionais de saúde quando, verdadeiramente, querem fazer da sua vida a saúde, conseguem ter uma enorme criatividade, transformar o pouco em muito e, sobretudo, encontrar soluções”, começa por dizer a ministra, assegurando ser necessário que os dirigentes “acarinhem as suas soluções inovadoras”. “Não podemos ter a porta fechada e um muro de falta de empatia e diálogo para as soluções que nos trazem”, garante.

Para Ana Paula Martins, as Unidades Locais de Saúde que se revelem “mais abertas, mais criativas e, ao mesmo tempo, mais organizadas, vão conseguir atrair, no futuro, mais profissionais”.

O “respeito pelas expectativas e pelas necessidades das pessoas, no equilíbrio entre aquilo que é a sua vida profissional e a sua vida pessoal”, garante ainda a ministra, é igualmente fundamental. “Ignorar que essa dimensão tem muita importância hoje para os jovens é não querer ver a luz ao fundo do túnel”, alega, acreditando que “as quatro gerações que vivem no Serviço Nacional de Saúde são capazes de conviver nesta longevidade”.

“Temos de olhar diferente para o que é diferente e se não o fizermos, e aplicarmos o modelo legislativo sem lhe criarmos espaços de adaptação, de flexibilidade, para quem dirige, para quem gere, nós vamos ter, obrigatoriamente, dificuldades em captar profissionais, qualquer que seja a zona do país, mas claro, mais na zona do interior”, remata.