Os Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Novo, deparam-se diariamente com algumas dificuldades. O recrutamento de jovens é uma das lacunas com que se têm deparado nos últimos tempos.
Hugo Ventura, Comandante da corporação montemorense, em declarações á RNA, referiu que “neste momento, a nossa grande lacuna é um problema transversal no nosso país, que é a dificuldade que temos no recrutamento. Isto porque, antes, os jovens, procuravam nos bombeiros um refúgio que atualmente não se verifica. Há a questão dos ecrãs, a questão da internet, eles refugiam-se em muitas outras coisas e afastam-se um pouco dos bombeiros. Depois, o nível de exigência aqui também é muito superior do que aquilo que era, se antes os bombeiros eram carregadores de doentes, neste momento são socorristas, são pessoas formadas, que desempenham funções de grande exigência, possivelmente também afasta aqui os jovens disto que é ser bombeiro. Depois, infelizmente, o voluntariado continua a ser uma forte componente naquilo que é o socorro no nosso país e as questões voluntárias cada vez também são menos. Portanto, a nossa grande lacuna continua a ser o recrutamento de pessoas. No entanto, todos os anos fazemos uma campanha e agora iremos procurar chegar junto das escolas para ver se conseguimos atrair mais jovens para as nossas fileiras”.
“Todos os jovens que queiram integrar o nosso corpo de Bombeiros enquanto estagiários, a partir dos 14, 15 anos podem ser cadetes, no entanto, só podem iniciar a sua formação aos 18 anos. Dos 18 aos 45 anos, podem integrar a carreira de bombeiro, mas há formações obrigatórias. Essas formações passam por um curso básico de socorrismo, passam por formação na área de incêndios urbanos, incêndios rurais e também na área de desencarceramento. Depois são colocados a exame e começam a carreira como bombeiro de 3ª classe. Obviamente que isto é um processo que leva algum tempo. Também têm que fazer aqui uma formação interna que será a primeira, é uma questão de 50 horas. E depois integram aqui as escalas, onde têm um seguro tal e qual como todos os outros bombeiros e nós fazemos aqui a nossa formação interna e eles acompanham-nos como terceiro elemento no caso do pré-hospitalar ou então como sexto elemento no caso de incêndios”, remata.