Para assinalar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, visando a diversidade e a arte como meio de união e acessibilidade para todos, a Cercimor tem patente a Exposição “Arte em Transformação”, projeto desenvolvido durante todo este ano de 2024, nas Unidades de CAO de Montemor-o-Novo, Mora e Vendas Novas. Participaram também artistas da Associação 29 de Abril e Comunidade Sócio-Terapêutica Casa João Cidade.
Cristina Saloio, presidente da direção da Cercimor, referiu à RNA que “a exposição, com o intuito de assinalar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, foi o culminar de um trabalho durante o ano de 2024, ou seja, foi um projeto que nós iniciámos nas unidades de Centro de Atividades Ocupacionais da instituição, nos três concelhos, Montemor, Vendas Novas e Mora, criando aqui uma dinâmica de olhar para um artista, que foi escolhido, neste caso o Miró, porque tem muita cor, porque nos traz de alguma forma a sua irreverência, mas também a sua própria transformação. E nesse sentido o objetivo era criar durante várias dinâmicas durante o ano uma estratégia de olhar para as peças do Miró, perceber o que se sentia e o que é que era possível transformar com materiais das várias matérias”.
“Temos quadros com tudo que possam imaginar e transformar aquilo que as pessoas sentiam depois de olhar para os quadros do Miró. E foi um pouco essa ideia de transformação, a transformação daquilo que a pessoa sente, aquilo que consegue dizer ao outro de várias formas, não só pela palavra, mas também pelo sentimento, pelo toque e pela ideia da cor”, sublinhou.
“As unidades conseguiram, em conjunto, também com parcerias, porque nós depois convidámos a Associação 29 de Abril e a Casa João Cidade para fazer parte deste projeto. Então, também eles, nas suas entidades, nas suas dinâmicas, escolheram o artista e começaram também a desenvolver peças que estão expostas também neste momento em conjunto. E foi nesse sentido que nós criámos aqui esta dinâmica que pretendemos continuar. O nosso objetivo foi lançar o desafio a muita gente, sempre com muito empenho dos artistas, das pessoas com deficiência que desenvolveram as peças, mas também com apoio muito grande dos colaboradores que diariamente conseguiram também perceber as pessoas, perceber aquilo que eles estavam a sentir e dar-lhe a oportunidade para que eles pudessem transmitir, através da sua arte, aquilo que estavam a sentir e aquilo que estavam, de alguma forma, a querer demonstrar aos outros e eu acho que tem sido algo que de alguma forma nos tem surpreendido”, acrescentou Cristina Saloio.
“E pretendemos que, de alguma forma, esta exposição comece a circular. Não ficar só por este espaço, temos vários convites inclusive, para que esta exposição possa começar a circular noutros conceitos, noutras entidades, porque o nosso objetivo é este, é mostrar a mais-valia de um trabalho, mostrar aquilo que realmente é possível a pessoa com deficiência fazer, de uma forma muito profissional, de uma forma não só com coração, mas também com empenho, que vai trazer mais-valia e essa mais-valia depois terá que ser pensada, que é o nosso objetivo mesmo, é se calhar pôr um valor a cada peça, com os direitos de autor reservados e com tudo que devemos ter cuidado. Mas a nossa ideia é avançar um bocadinho nesta perspetiva de criar aqui uma dinâmica quase profissional e conseguimos dar aqui aquilo que realmente as peças merecem”, rematou
As obras artísticas estão expostas até 15 de dezembro, no Cineteatro Curvo Semedo, em Montemor-o-Novo.