Paulo Freitas do Amaral irá efetuar o lançamento do livro “José Fontana – o ativista”, no dia 5 de outubro, pelas 17.00 horas, na livraria Martins, situada na Av. Guerra Junqueiro, em Lisboa.
Paulo Pinto de Carvalho de Freitas do Amaral (Loulé, 24 de abril de 1978) é docente universitário e do ensino básico e secundário, historiador e político português, residente no concelho de Montemor-o-Novo.
Esta obra reúne variada documentação dispersa sobre a vida, obra e legado de José Fontana em prol da classe trabalhadora do século XIX e que esteve na origem do movimento associativo operário e do surgimento da “curta vida” do Partido Socialista Português (1875-1933) .
José Fontana nasceu e foi criado em Valle di Muggio, um vale escondido do Cantão de Ticino no sul do território suíço, na fronteira atual com a Itália. Era suíço, tendo ido para Portugal quando era ainda muito jovem, estabelecendo-se em Lisboa.
Como trabalhador da livraria Bertrand situada no Chiado, tornou-se um dos defensores da classe trabalhadora promovendo durante o século XIX, o Socialismo e o Associativismo. Manteve correspondência com Friedrich Engels e Karl Marx.
Destacou-se no esforço para melhorar as condições de vida e trabalho dos trabalhadores sob as influências ideológicas de Proudhon.
Em 1872, inspirado pelas ideias de Bakunine, criou os estatutos do ”Centro Promotor dos melhoramentos das Classes Laboriosas” e da ”Associação Fraternidade Operária” que liderou o movimento operário em Portugal dando origem ao Partido Socialista Português de que foi o primeiro Secretário-Geral e um dos fundadores.
Além de ser um amigo próximo de Antero de Quental, organizou inúmeras ações de esclarecimento do operariado, comícios, greves entre outras atividades mobilizadoras de massas, entre as quais, as mais famosas as ”Conferências do Casino” . Escreveu em vários jornais da classe trabalhadora e colaborou frequentemente com os periódicos socialistas ”O Pensamento Social” (de 1872 a 1873) e ”;O Protesto” (de 1875 a 1876). As reuniões da Internacional eram realizadas em sua casa em Lisboa.
O seu amigo íntimo, Antero de Quental, escreveu: ”A Revolução convivia no Cenáculo. Entre aqueles revolucionários utópicos, estava José Fontana, funcionário da Livraria Bertrand, alto e magro, sempre vestido de preto(…)” Era sócio-gerente da Livraria Bertrand com apenas 35 anos. Começou a sua carreira como empregado em meados da década de 1860, primeiro como encadernador e depois como caixeiro de livraria.
A 2 de setembro de 1876, José Fontana cometeu suicídio no seu local de trabalho devido a doença prolongada de tuberculose.