Associação dos Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Novo luta para que consiga manter a seu corpo de bombeiros ativo

Nos últimos 20 anos Portugal perdeu dez mil bombeiros voluntários.

Atualmente é difícil garantir, em permanência, um número de bombeiros efetivos que garantam uma capacidade de resposta ao que é necessário.

António Pinetra, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Novo, contactado pela RNA, adiantou que “as nossas preocupações já vêm de trás, prende-se com a necessidade de apoios suficientes para mantermos as nossas associações com uma estabilidade que nos permita a possibilidade de mantermos a corporação em atividade, uma vez que o que recebemos de alguns apoios e subsídios não é suficiente”.

“Fazemos muitos serviços no transporte de doentes não urgentes que muitos deles também não são suficientes, não se pagam na sua totalidade, a associação por vezes ainda tem que comparticipar com alguns custos nesses transportes. São situações que nos preocupam no dia-a-dia, porque não vemos à nossa frente uma possibilidade de haver aqui outros tipos de apoios, julgo que as entidades responsáveis por este país deveriam olhar para esta situação e alterar aquilo que é a lei do financiamento às Associações dos Bombeiros Voluntários”, acrescentou.

“Hoje há dificuldade inclusivamente no recrutamento,  porque os jovens não vêm futuro numa carreira de bombeiro, mesmo que gostem desta atividade procuram outros caminhos porque não vêm qualquer tipo de possibilidade de progressão, numa carreira de bombeiro que lhe permita organizarem uma vida e criarem família”, sublinhou António Pinetra.

O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Novo, salientou ainda que é necessário “criar-se incentivos, criar algo que permita aos jovens encararem isto como uma carreira de futuro. É necessário que seja criada uma carreira de bombeiros, que seja criada uma nova forma de financiar as Associações detentoras de corpos de bombeiros voluntários”.

“De referir que temos um bom relacionamento com a autarquia montemorense, nós recebemos um subsidio ordinário mensal e temos tido outros apoios na compra até de viaturas, apoio a alguns melhoramentos no quartel, ao longo dos anos a autarquia tem mantido o apoio à Associação, rematou.