O Centro Dramático de Évora estreou há duas semanas a sua nova criação: “A Sapateira Prodigiosa” de Federico García Lorca, no Largo Chão das Covas, em Évora.
Após quase uma dezena de apresentações para largas centenas de espetadores, o Cendrev entra na última semana de apresentações, com sessões a partir de hoje até sábado dia 27 de julho, sempre às 21.30 horas.
Em 1933, aquando da encenação que dirigiu, disse-nos o autor: “A sapateira é uma farsa, ou melhor, um exemplo poético da alma humana, e apenas ela tem importância dentro da peça. As restantes personagens limitam-se a servi-la. A cor da obra é acessória e não fundamental como noutra espécie de teatro. Eu próprio poderia ter situado este mito entre os esquimós. A palavra e o ritmo podem ser andaluzes, mas não a substância. E a sapateira não é uma mulher em especial, mas todas as mulheres… No coração de todos os espectadores, há uma sapateira que voa.”
“A Sapateira Prodigiosa” foi escrita em escrita entre 1926 e 1930 e encenada pela primeira vez em 1930. O texto dramático é sempre o ponto de partida de um novo projecto de criação da companhia, como é agora o caso de mais uma viagem ao maravilhoso universo de Federico García Lorca, depois de há dois anos ter sido feito, no mesmo dispositivo cénico, “Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu Jardim”, também do mesmo poeta e dramaturgo espanhol.
O regresso ao Largo do Chão das Covas justifica-se, segundo o encenador do espetáculo, José Russo, porque “é um lugar da cidade com condições extraordinárias para acolher espetáculos de teatro e porque trabalhar na rua traz-nos sempre novos espectadores.
A interpretação fica a cargo de Ana Meira, Carolina Pequito, Ivo Luz, Mariana Ramos Correia, Jorge Baião e José Russo. O cenário figurinos e adereços são de Filipa Malva, a direção musical de Hugo Monteiro e o desenho de luz é de António Rebocho.
A entrada é gratuita, não sendo necessário o levantamento de bilhete.
