O ministro da Defesa, Nuno Melo, presidiu esta segunda-feira, 17 de junho, às cerimónias comemorativas dos 359 anos da Batalha de Montes Claros, em Borba, onde inaugurou também o Terreiro Interpretativo desse mesmo conflito entre portugueses e espanhóis, fundamental para a independência de Portugal durante a guerra da Restauração.
Não querendo fazer qualquer comentário à comunicação social sobre uma eventual candidatura de António Costa ao Conselho Europeu, Nuno Melo lembrou que, em Borba, esteve-se a “celebrar a independência nacional”, só “graças ao sacrifício de tantos e grandes portugueses”, estando o seu “propósito” e o seu “empenho” direcionados para as Forças Armadas. “Tenho trabalhado todos os dias para dignificar as forças armadas, garantindo, no plano dos militares, das infraestruturas, da indústria, no plano estratégico, aquilo que nos garante muitas lutas em relação ao futuro: é isso que me traz aqui a Borba”, assegura.
Recordando as guerras que se vivem, o ministro garante que ter as forças armadas, no contexto da NATO, “preparadas, equipadas e motivadas” é uma “obrigação” de cada país que a integra. “A alteração geopolítica também nos ajuda a perceber o que tem que ser feito: que é uma correção de um percurso de muitos anos, em que, infelizmente, não se investiu nas Forças Armadas”, adianta.
Nuno Melo quer, desde logo, começar por “assegurar recursos que permitam justiça às pessoas”, isto é, aos antigos combatentes, hoje com 70 ou 80 anos, com vista a melhorar as suas vidas. Por outro lado, dar “melhores condições financeiras” é fundamental, diz, não só para recrutar, como para reter militares.
No que toca às indústrias de defesa, o ministro assegura que as forças armadas podem ser sinónimo de “receita” e não apenas de despesa. “Temos que, tendo em conta aquilo que são os propósitos da NATO, identificar as potencialidades, captar investimento estrangeiro, mobilizar o investimento e o capital nacional e, tendo em conta esse conceito estratégico, desenvolver indústrias de defesa, nos diferentes ramos”, remata Nuno Melo.
Junto ao Padrão Comemorativo da Batalha de Montes Claros, na freguesia de Rio de Moinhos, em Borba, encontra-se agora disponível para visita o Terreiro Interpretativo, onde é explicada cada movimentação das tropas portuguesas, comandadas pelo Marquês de Marialva e pelo Conde das Galveias, que conseguiram o feito de derrotar o mais poderoso exército da Europa, em 1665.