Para sensibilizar a comunidade de Montemor-o-Novo para as barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam no acesso a bens e serviços existentes na cidade, a Casa João Cidade tem vindo a desenvolver o projeto “Local Acessível”.
O projeto, explica o assistente social do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, da Casa João Cidade, Jorge Vide, foca-se, sobretudo, nas barreiras de comunicação, em serviços que as pessoas, com algum tipo de défice cognitivo, frequentam diariamente, como centro de saúde, farmácia e comércio. “A maior parte dos nossos clientes tem algum défice cognitivo ou dificuldade de aprendizagem e, muitas vezes, o vocabulário que é usado é complexo”, adianta.
“O foco do projeto é trabalharmos em parcerias, identificando as possíveis barreiras e coisas a melhorar em cada um dos parceiros do projeto, mas também, de forma positiva, focarmo-nos nas boas práticas, porque elas também existem”, revela o responsável.
Os locais a implementar este projeto, adianta Jorge Vide, foram selecionados pelos próprios clientes da Casa João Cidade. “São 13 locais que eles já frequentam, no dia a dia, que vão desde o ramo da saúde – farmácia e centro de saúde -, à Segurança Social, correios, passando pelo comércio e os transportes”.
O propósito do projeto é que todo o vocabulário usado, nos serviços identificados, seja entendido pelas pessoas com deficiência, sobretudo intelectual, para que Montemor-o-Novo se torne numa cidade mais inclusiva para todos. “A ideia é que a pessoa seja cada vez mais participativa na própria cidade. Numa consulta médica, por exemplo, pretende-se que todas as indicações e a linguagem utilizada possam ser compreendidas”, remata Jorge Vide.
No âmbito do projeto “Local Acessível”, os clientes da Casa João Cidade e os vários parceiros terão ainda a possibilidade de lançar um Guia de Boas Práticas.