Skip to content

Estratégias para um uso mais saudável de ecrãs por crianças e jovens

Ainda que a tecnologia ofereça um vasto leque de vantagens, traz consigo grandes desafios, especialmente quando se trata da dependência de ecrãs em crianças e jovens. A verdade é que a dependência, sobretudo, dos smartphones, tem vindo a ser apontada por muitos especialistas como tendo características semelhantes às de outras adições.

E porque nesta altura do ano, em que as escolas interrompem a atividade letiva, por ocasião do Natal, e que os mais jovens têm mais tempo livre que o habitual, é importante alertar para este que é um problema grave, que interfere, de forma negativa, na vida pessoal e social de cada um.

Nesse sentido, a enfermeira Carla Temudo, responsável de tratamento do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD), do pólo de Elvas do Centro de Respostas Integradas (CRI) do Norte Alentejano, apresenta um conjunto de estratégias que podem ajudar os pais a afastarem os filhos dos ecrãs: “devem estabelecer horários claros para o uso dos ecrãs, incentivando assim as suas pausas; haver em casa uma zona livre de tecnologia; e envolver sempre os jovens na definição das regras”.

No fundo, o importante é que seja assumindo um “contrato”, para que o compromisso estabelecido dê aos mais novos uma certa “autonomia”, ao mesmo tempo que os pais se tornam um “modelo” para os seus filhos no cumprimento das “cláusulas” deste contrato.

Por outro lado, diz Carta Temudo, é importante incentivar sempre as atividades offline: “procurem os vossos vizinhos, na tentativa de procurar estas atividades offline, porque de certeza que há alguém na casa ao lado também a desejar que o seu filho saia da frente de uma série televisiva”. “Depois, os pais podem procurar ferramentas de controlo parental. Existem hoje em dia imensas ferramentas a nível deste controlo, existem também cursos para pais, existem workshops”, acrescenta.

A enfermeira explica ainda que é importante que haja “uma personalização” das regras, porque não se podem “aplicar as mesmas regras a um filho de sete anos e a outro de 17”. “No fundo, há aqui idades díspares, em que temos também de obedecer à sua personalização, a nível de regras”, explica ainda, apelando à “paciência” dos pais neste processo.

Para os pais e educadores também é importante lembrar que os ecrãs não substituem a importância da interação das crianças e jovens com adultos e pares. Para que os ecrãs possam ter benefícios, deve ser priorizada a qualidade dos conteúdos, em vez da quantidade de tempo.

Compartilhe este artigo: