A Cercimor – Cooperativa para a Educação, Reabilitação, Capacitação e Inclusão de Montemor-o-Novo CRL, criada em 1976 com sede em Montemor- o-Novo, dá apoio a pessoas com deficiência ou incapacidade residentes nos concelhos de Montemor-o-Novo, Vendas Novas, Arraiolos e Mora.
O principal objectivo é a promoção da inclusão social, autonomia e qualidade de vida de crianças, jovens e adultos em situação de risco, com deficiência ou com problemas de inserção sócio-profissional.
Em declarações à RNA, Cristina Saloio, presidente da direção da Cercimor, referiu que “A Cercimor nasceu do movimento cooperativo de pais que tinham crianças na altura com deficiência, que não conseguiam encontrar respostas para as suas crianças, então houve aqui uma união de vários pais e que criam uma cooperativa. Ao criar esta cooperativa o objetivo inicial era a sua inclusão e a resposta na área escolar e por isso logo no princípio a instituição estava muito direcionada à escola para responder às necessidades que aquelas crianças tinham em aula. Isto deu origem a que a instituição fosse crescendo sempre com esta perspetiva de acompanhar o crescimento daquelas crianças. E é por aí que também foi-se criando políticas sociais para dar resposta às necessidades das crianças que na altura tinham apenas a necessidade escolar. Com isso foram aparecendo novas dinâmicas, dando resposta àquilo que se pretendia para aqueles utentes na altura, mas para outros mais que foram aparecendo”.
“Atualmente a instituição apoia 500 pessoas ao nível mensal, em três concelhos, Montemor-o-Novo, Vendas Novas e Mora. Temos também alguns clientes vindos de Arraiolos, mas tendo em conta que existe a Cercidiana próximo de nós, há aqui um entendimento de divisão geográfica e a tendência para as pessoas de Arraiolos é dirigirem-se mais para Évora, por isso não temos assim muitos clientes vindos de Arraiolos. A Cercimor, neste momento, tem unidades que abrangem desde os 0 aos 65 anos, desde a intervenção precoce, que tem equipas locais de intervenção, que são parcerias com a segurança social, com a saúde, com a educação. Temos equipas no terreno do concelho de Montemor e de Vendas Novas a trabalhar com crianças e suas famílias de 0 aos 6 anos, estamos a falar em mais de 120 crianças que nós acompanhamos mensalmente, com risco social, mas principalmente com risco no seu desenvolvimento. Depois temos, no concelho de Montemor um projeto que se chama Centro de Recursos para a Inclusão, que é um trabalho que é feito no meio escolar. Temos uma equipa, através de financiamento do Ministério da Educação, que trabalha no agrupamento de escolas de Montemor-o-Novo, com os jovens a partir dos 6 anos até aos 18 anos, com necessidades educativas especiais. Estamos a falar mais ou menos em 80 crianças que nós acompanhamos mensalmente, sempre em articulação, com os diretores turma, com os professores de apoio, de acordo com as próprias orientações do Ministério da Educação”, acrescentou.
“Também ao nível do agrupamento de Montemor, temos uma equipa, o CAFAP (Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parenta), que é neste caso, a única unidade da instituição que não trabalha com pessoas com deficiência, mas sim com crianças e jovens em risco psicossocial. Aqui é uma relação muito próxima que nós temos com os tribunais, com equipas de multidisciplinaridade da segurança social, num processo muito de desenvolvimento das famílias dos jovens, numa perspetiva psicossocial, de criar dinâmicas de combater e prevenir o insucesso escolar, situações inclusive até de doença mental. Temos também o Centro de Reabilitação e Formação Profissional, este centro é financiado por programas europeus, especificamente para a pessoa com deficiência e incapacidade. Pretende-se que através da formação profissional haja aqui a possibilidade de criar dinâmicas na integração no mercado de trabalho sempre com essa perspetiva. O Centro de Formação Profissional recebe as pessoas dos três concelhos. Estamos a falar entre a Formação Profissional e o Centro de Recursos Local de 120 formandos que nós acompanhamos também de uma forma quase anual”, salientou.
“Temos as unidades de Centro de Atividades Ocupacionais à luz da nova portaria. Estamos a tentar renunciar os acordos de cooperação e por isso também há aqui uma alteração até do nome dos Centros de Atividades Ocupacionais, porque a lei obriga também uma perspetiva diferente destes Centros de Atividades, ou seja, o objetivo é também criar dinâmicas e projetos que possam trazer para as próprias pessoas que beneficiam destes serviços uma inclusão num local de trabalho, num posto de trabalho. Isso também é uma mais-valia para todos, defendendo a pessoa com deficiência, dentro daquilo que é possível, tem uma mais-valia para a sociedade e por isso também pode criar valor, seja para a própria comunidade ou para a sua família. Atualmente, nós temos o Centro de Atividades Ocupacionais de Montemor com 50 clientes, em Vendas Novas 15 e em Mora 10. A perspetiva é um aumento destas mesmas vagas para podermos criar aqui também dinâmicas diferentes. A entidade também tem a unidade de lar residencial, é da unidade mais recente dentro da instituição, atualmente tem 20 camas que estão totalmente preenchidas, que as suas médias de idade rondam os 25, 26 anos até aos 65. Neste momento, a perspetiva é criar também algumas dinâmicas futuras para podermos vir a ter um trabalho virado para a vida independente, com o objetivo novamente da inclusão e percebermos até que ponto é que nós conseguimos criar projetos diferentes que também consigam responder às famílias e às pessoas que já têm uma certa idade, mas que se possam manter nos seus contextos naturais de vida”, rematou Cristina Saloio.