A Ordem Terceira de S. Francisco de Assis retomou a sua atividade em Montemor-o-Novo após quase 100 anos de extinção no território. Os últimos registos que existiram desta Ordem de leigos da Igreja Católica, foi na década de 30 do Século XX, nunca tendo havido qualquer atividade social ou cultural no concelho.
A atividade concentra-se no apoio aos mais carenciados a nível do apoio alimentar, aproveitando o desperdício alimentar e no restauro do património franciscano que existe no Alentejo.
Paulo Freitas do Amaral, presidente da comissão instaladora da ordem, referiu á RNA, que “esta é uma ordem que existiu desde o século XVI, e deixou de estar ativa durante a década de 30, do século XX, e atuava, mais especificamente na área social, no apoio aos mais carenciados e também necessitadas, tendo em conta os princípios e valores de São Francisco de Assis, que deixou uma vida de riqueza para se dedicar ao tratamento mais carenciados da sociedade que na altura eram os leprosos. Então, em Montemor-o-Novo, esta ordem tem muita tradição, algumas ruas têm o nome de São Francisco, em Lavre também existe um património muito vasto, que era da ordem que está debilitado, existe uma capela em Lavre, que também é terra onde os membros da comissão instaladora são maioritários e também estamos muito empenhados na recuperação desse património. Existe também o Convento de São Francisco de Assis em Montemor-o-Novo que está fechado à população e que a maior parte da população não conhece”.
Esta comissão instaladora tem como propósito “evitar o desperdício alimentar de restaurantes e de supermercados, principalmente em Vendas Novas, em Lavre e Montemor-o-Novo, onde existem poucos projetos que apoiem as pessoas que têm necessidades alimentares e, portanto, nós vivemos com a conjuntura atribulada a nível internacional, e podemos encaminharmo-nos para uma crise onde existem guerras, existem outros malefícios que vão afetar futuramente a nossa sociedade e nós queremos estar perto de quem necessita tal como esteve a ordem, antes de ser extinta na década de 30, principalmente durante a primeira república do século XX”, acrescentou.
Vamos começar com uma ação junto de supermercados e restaurantes para também fidelizar, o apoio desses centros comerciais, a poderem disponibilizar comida, para depois nós podermos também, através das entidades competentes, das Juntas de Freguesias e das Câmaras Municipais, temos já também agendada de reuniões com essas entidades, o próprio vereador António Pinto Xavier, da Câmara Municipal de Montemor, já nos convocou para alguma reunião, portanto, também queremos trabalhar em rede com estas entidades sociais para não nos estarmos a sobrepor a nível do apoio alimentar às famílias mais necessitadas e queremos trabalhar em rede desta forma a chegar a mais pessoas que se necessitem e abranger o maior número de pessoas”, rematou.