
Em ofício enviado dia 9 de julho, ao Ministro das Infraestruturas, o Presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, Valentino Salgado Cunha, expôs de forma detalhada e fundamentada a situação ferroviária de Vendas Novas, abordando não só a recente mudança do material circulante, mas a necessidade de uma alteração estrutural do funcionamento do serviço.
Recentemente, e na sequência do acidente ferroviário ocorrido no mês passado, que inutilizou as carruagens usadas na linha da Beira Baixa, as carruagens do Intercidades que serviam a linha do Alentejo foram desviadas, sendo substituídas por composições “UTE”. Estas composições apresentam um limite de velocidade inferior, o que tem provocado atrasos frequentes, agravando uma situação já anteriormente sinalizada pelo Município.
O autarca denuncia que estes atrasos têm impactos diretos na vida dos passageiros, com chegadas tardias ao trabalho e eventuais consequências salariais para alguns utentes. Um exemplo evidente é o comboio das 7h30 para Lisboa, que já se encontrava lotado antes desta mudança, e agora enfrenta atrasos ainda mais significativos.
No ofício, o Presidente recorda ainda outras necessidades já transmitidas ao Governo, como o reforço da oferta de comboios, aumento da capacidade (com mais carruagens), revisão de horários, introdução de serviços Inter-regionais e a melhoria das condições na estação ferroviária, incluindo a criação de uma sala de espera, instalação de bilheteira e construção de estacionamento.
Sublinha que a ferrovia é fundamental para Vendas Novas, servindo diariamente trabalhadores, estudantes e restantes utentes que dependem do comboio como meio de transporte principal. “É evidente que o problema do transporte ferroviário é mais complexo que apenas a questão do material circulante, e é necessária uma tipologia de serviço que sirva a necessidade dos passageiros de Vendas Novas, principalmente tendo em conta o aumento exponencial de passes e viagens com origem e destino cá. É imprescindível uma intervenção imediata do Governo para repor a normalidade no serviço e, como dono, que garanta condições à CP”, refere Valentino Salgado Cunha.