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Entre 27 de fevereiro e 1 de março, Coruche e Ponte de Sor acolhem um programa imersivo sobre a cortiça e o saber-fazer tradicional.
A iniciativa, promovida pelo Programa Nacional Saber Fazer Portugal em parceria com o Município de Coruche e o Plano Nacional das Artes, integra oficinas, visitas orientadas e uma conversa aberta sobre os desafios do setor.
O programa inclui oficinas conduzidas pelos artesãos Adélio Real e António Luz, visitas orientadas à exposição “Produção Artesanal Portuguesa: a atualidade do saber-fazer ancestral” e uma conversa aberta no Observatório do Sobreiro e da Cortiça com artesãos sobre os desafios do setor, dinamizada por Carlos Faísca.
O programa promove a transmissão intergeracional dos saberes, a experimentação prática e o contacto direto com os processos artesanais de transformação da cortiça. Símbolo do património imaterial de Coruche e matéria-prima sustentável de referência nacional, a cortiça assume o centro das atividades, aproximando alunos do ensino secundário e o público em geral dos desafios, técnicas e possibilidades da produção artesanal contemporânea.
Oficinas de experimentação para alunos e seniores Nos dias 27 e 28 de fevereiro, os artesãos Adélio Real e António Luz guiarão oficinas de experimentação de cortiça, dirigidas a alunos do ensino secundário.
As atividades oferecem uma abordagem prática ao trabalho artesanal com cortiça, permitindo aos participantes explorar técnicas tradicionais e processos criativos, com foco na valorização desta matéria-prima sustentável e no desenvolvimento de competências manuais.
Adélio Real, especialista na produção artesanal de objetos utilitários em cortiça, iniciará as oficinas nos Agrupamentos de Escolas de Coruche e Ponte de Sor com a apresentação de um tarro, ponto de partida para uma conversa sobre o processo de trabalho da cortiça, do descortiçamento do sobreiro à confeção de peças. Os participantes terão contacto com ferramentas e técnicas fundamentais, como corte, recorte, entalhe, encaixe e escavação, e poderão explorar o bordado geométrico característico do trabalho do artesão.
Já nas oficinas orientadas por António Luz, a decorrer no Agrupamento de Escolas de Coruche e no Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor, os participantes terão a oportunidade de modelar pequenos objetos em cortiça, como sardinhas, cocharros e peças côncavas, aperfeiçoando o acabamento através de processos como lixagem e decoração. No final, cada um levará consigo a peça produzida, promovendo o contacto direto com a transformação artesanal da cortiça.
Visitas orientadas à exposição “Produção Artesanal Portuguesa” No dia 28 de fevereiro, a equipa do Programa Nacional Saber Fazer Portugal conduzirá visitas orientadas à exposição “Produção Artesanal Portuguesa: a atualidade do saber-fazer ancestral”, no Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor. As visitas, dirigidas aos participantes nas oficinas, pretendem sensibilizar para a relevância dos saberes tradicionais na produção contemporânea e incentivar um consumo mais responsável e sustentável, evidenciando o papel da produção artesanal na valorização dos territórios.
Conversa sobre a Cortiça e a transmissão de conhecimento no Observatório O programa encerra no dia 1 de março, com uma conversa aberta ao público no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche, reunindo os artesãos Arlindo Pirralho, Paulo Nunes, Adélio Real e António Luz, sob moderação de Carlos Faísca.
A sessão, promovida pelo Programa Nacional Saber Fazer Portugal em parceria com o Município de Coruche, abordará questões essenciais como a transmissão do conhecimento, os percursos de aprendizagem, os desafios do setor, a seleção criteriosa da cortiça e a comercialização dos produtos artesanais, sempre refletindo a importância de preservar e valorizar o saber-fazer tradicional.
Ao longo de três dias, as iniciativas reforçam a importância de preservar os ofícios tradicionais, promovendo a aproximação entre artesãos e comunidade e incentivando o compromisso cultural das novas gerações. A cortiça, matéria-prima de excelência da região, surge como protagonista de um programa que alia aprendizagem, experimentação e reflexão, garantindo que este importante património imaterial se mantém vivo e relevante na contemporaneidade.
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