O Coral de São Domingos de Montemor-o-Novo, foi fundado em 1987 pelo maestro João Luís Nabo.
Em conversa com a RNA, João Luís Nabo contou como surgiu a ideia de fundar o coral, referindo “estudei em Lisboa e, enquanto lá estive a estudar, pertencia ao coro da Universidade de Lisboa. Penso que foi aí que me deu uma certa vontade de, mais tarde, eu poder ter um coro só meu. Tocava no coro litúrgico da Igreja Matriz, estive lá bastantes anos também, e juntaram-se dois fatores importantes, a minha vontade de fazer um coro, um coro polifónico, e ter, inicialmente, gente suficiente para começar o projeto. E, de facto, fui convidar uma série de amigos do coro e fomos ao Grupo dos Amigos de Montemor, falar com a direção, perguntar se podíamos ter uma sala de ensaios no Convento de São Domingos. Por isso é que o Coral se chama Coral de São Domingos. Disseram-nos que sim, pois claro, e estivemos lá dois anos, começámos a trabalhar e no dia 7 de janeiro de 1987 formámos uma associação”.
João Luís Nabo, em relação ao balanço que lhe foi pedido para fazer, referiu que “é um longo percurso se eu estivesse aqui cinco anos depois da fundação do coro, seria muito fácil falar sobre isso, mas 37 anos depois é uma vida, comecei a trabalhar com o coro tinha 26 anos, era um miúdo ainda, e até agora houve tantas histórias, tantos acontecimentos, tantos concertos. Fizemos mais de 540 concertos, milhares de horas de ensaios, centenas de obras corais estudadas, dezenas de coros com quem nos cruzámos neste período, em Portugal, em Montemor, na Europa fizemos várias digressões, fomos à Polónia, Bulgária, França, Suécia, Alemanha, passámos também por França, Espanha, enfim, temos um percurso, penso que, muito aceitável e muito agradável, que nos enche de muito orgulho, a nós todos, os coralistas, a mim, às direções que passaram por nós. Porque é tudo produto de um trabalho intenso, de um trabalho muito sério, muito honesto, e também de um trabalho de equipa, a equipa que os nossos amigos têm sido desde sempre. E repare que já passaram por lá dezenas de cantores, nestes 37 anos”, acrescentou.
Atualmente ainda cantam no coral pessoas desde que foi fundado em 1987. “Temos sete ou oito fundadores comigo, continuamos juntos nestes 37 anos. Todos os outros foram entrando mais tarde, claro. Mas sim, ainda existem esses documentos vivos da fundação do Coral. E nunca é demais reforçar e recordar que, para além da minha vontade de ter fundado o Coral, eu tive sempre um apoio extraordinário por parte de todas as direções que têm passado pelo Coral nestes 37 anos. Quero deixar aqui uma palavra de muita amizade e de muita ternura para o Sr. Filipe de Sousa, o Luís Filipe Alexandre de Sousa, que esteve muitos anos no Coral, foi ele que comigo e com mais oito cantores assinaram os estatutos e aquele documento que nos tornou associação”, salientou.
Este ano o Coral de São Domingos tem os concertos que já vão sendo habituais todos os anos. “Temos um concerto de Natal no Torrão, a convite da Câmara Municipal de Alcácer do Sal e do Coral Almira, que é dirigido pelo meu amigo Fernando Malão. E depois temos os nossos Cantares ao Menino, no dia 21 para a volta habitual, concentração junto à Câmara, depois fazemos o nosso percurso pela cidade, pele centro histórico, e vamos desaguar na igreja da Misericórdia para um mini concerto de Natal. E depois temos o já habitual Concerto de Reis”, rematou João Luís Nabo.