“Antez” é o nome do concerto, promovido pela Oficinas do Convento em Montemor-o-Novo, que decorre esta sexta-feira, 17 de fevereiro, às 21 horas na Oficinas do Convento.
A base desta ação sonora é tocar as simpatias da estrutura ressonante do espaço, esculpido pela sua arquitetura singular, e cuja narrativa se mantém permeável no presente. Isto é conseguido usando, exclusivamente, meios acústicos gerados pelo movimento do corpo.
A primeira inspiração do artista para produzir com contínuo com um instrumento de percussão desenvolveu-se a partir de um processo de investigação das qualidades acústicas do espaço performativo. O artista usa vários objetos nas suas tours, e nas suas residências adaptou esta peça para ser tocada num tambor grande, que é usado como um amplificador acústico.
O artista desenvolve uma afinidade íntima com os materiais em vibração. Avalia as vibrações no corpo em diferentes níveis, de forma a coordenar as suas posturas e movimentos e, tal na arte marcial Kyudo, a ligar-se à mente. Para dar vida a estas vibrações, Antez usa, desde 2008, uma circunambulação dextrocêntrica. Estes sons são normalmente comparados a outros sons produzidos por sintetizadores ou à magnitude atingida por uma orquestra.
No entanto, estes sons dependem da qualidade das superfícies envolventes, e do volume do espaço performativo em si.
Estes sons têm texturas sonoras pouco comuns, eles divergem-se dos registos tradicionais percussivos. Testam os limites da nossa perceção, do infra ao ultrasónico, ao tocarem turnos. Inserem-se na intimidade da matéria através de micro vibrações e são apresentados com uma saturação de audio no que diz respeito à densidade do ruído. O fluxo dos sons evocam tanto contenção e excesso, como imersão e intemporalidade.