A experiência piloto para a semana de quatro dias de trabalho deve arrancar em junho de 2023, durar seis meses e envolver “a grande maioria dos trabalhadores” das empresas que se candidatem.
A medida implica uma redução do número de dias de trabalho semanais, mas não garante uma passagem das atuais 40 para as 32 horas. Ou seja, nas empresas que queiram participar neste projeto-piloto, os funcionários poderão ter de trabalhar mais 30 minutos ou mais uma hora nos quatro dias da semana.
Quisemos ouvir a opinião de uma empresa que tem uma fábrica a trabalhar por turnos. Para Leonor Carvalho, CEO da Alempack, em Elvas, “esta medida não se enquadra com o funcionamento da fábrica, uma vez que para terem menos dias de trabalho teríamos que criar um horário de trabalho noturno”.
Leonor Carvalho acredita que “esta medida funcione em empresas que trabalhem com mais turnos, embora tenham que ter mais funcionários para substituir os que estão de folga. Se me disser que isto é para manter os funcionários mais bem-dispostos, acredito que funcione no início, mas depois torna-se na mesma um hábito. Portanto, não acredito que seja um benefício”.
A fábrica da Alempack está localizada na zona industrial de Elvas e desenvolve a sua atividade principal no âmbito da produção de embalagens flexíveis para a indústria alimentar.
Quase a terminar o ano, Leonor Carvalho refere que foi “um ano muito bom, quer ao nível das encomendas quer da própria produção da empresa. As principais dificuldades passaram pela aquisição da matéria-prima, mas mesmo assim conseguimos passar de três para cinco milhões o volume de negócios”.
Portugal continua a ser o principal mercado da Alempack, seguido de Espanha.
No que diz respeito à semana de quatro dias, as empresas podem candidatar-se até janeiro e não está prevista qualquer contrapartida financeira do Estado. Em dezembro de 2023, terminada a experiência, os gestores das empresas vão decidir se mantém essa forma de funcionamento ou regressam à antiga.