O Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, visitou na tarde de ontem, sexta-feira, 4 de novembro, Montemor-o-Novo tendo oportunidade de conhecer o Convento da Saudação.
O imóvel encontra-se desocupado e a necessitar de obras de recuperação. O engenheiro da Câmara Municipal de Montemor, Vítor Cotovio explica que ocorreu “uma empreitada de reforço e consolidação de estruturas, uma empreitada de salvaguarda urgente, caso contrário o colapso do edifício ocorreria, num valor de um milhão e 680 mil euros”.
Vítor Cotovio destaca agora a importância da ”empreitada de recuperação geral do edifício, em termos de arquitetura e especialidades, para as novas utilizações”.
A obra necessária, para recuperação do Convento, tem um custo de 5 milhões seiscentos e cinquenta mil euros. Ceia da Silva, presidente da CCDR Alentejo revela que, “infelizmente esta recuperação não pôde ser concretizada, apesar de ter tido apoios do PT 2020, não houve empreiteiros que se candidatassem e houve dificuldades no visto do Tribunal de Contas, pelo que a Câmara não conseguiria concluir a obra até 2023, e portanto, o projeto acabou por cair”.
Ceia da Silva diz que neste novo quadro comunitário é “mais difícil, terá que haver um entendimento e uma coordenação no âmbito da CIMAC”, mas que a CCDR “tudo fará para ajudar na sua preservação”, porque a seu ver o Convento da Saudação “é fabuloso e único”.
A Diretora Regional da Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira destaca que este “é um projeto muito importante para Montemor, desde logo artístico, criado pelo Espaço do Tempo e pelo coreógrafo Rui Horta, e o facto de ser ocupado permitiu que fosse utilizado por um projeto cultural e artístico”.
Olímpio Galvão, presidente da Câmara de Montemor-o-Novo espera que o projeto de recuperação seja aceite no Portugal 2030, para que seja encarado “como um projeto do território e não apenas como do município, porque é de índole nacional e internacional”.
Tal como foi referido para que o projeto seja contemplado no novo quadro comunitário é necessário um entendimento entre os municípios que compõem a CIMAC, mas o presidente da Câmara de Montemor acredita na “coesão territorial e boa vontade de todos os municípios do distrito de Évora” e destaca a “importância turística e cultural”, do Convento da Saudação, que “vem dar nome ao Alentejo e temos a sorte de ter instituições e indústrias criativas que conseguem absorver dos fundos da DGArtes mais de 800 mil euros, por isso a criação cultural em Montemor está muito forte e tem de ser apoiada”.
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, valorizou a ligação entre a “criação artística e o património” no Convento da Saudação. Acrescentando que “a importância da recuperação não está afeta ao Ministério da Cultura, mas sim ao município e, esta intervenção tem de ser feita entre o município, a CIMAC e a CCDR Alentejo”.
Pedro Adão e Silva tem esperança e mostra-se “otimista” que, através do novo quadro comunitário, seja possível “encontrar uma solução para a recuperação do Convento da Saudação”.