Assinalam-se hoje 31 anos desde o nascimento da Associação 29 de Abril, uma IPSS montemorense que trabalha com pessoas com deficiência física e mental. A data vai ser assinalada, amanhã, com um almoço entre utentes e colaboradores desta associação, devido às restrições que ainda se mantêm para este tipo de IPSS.
Alan Sousa, vice-presidente da Associação 29 de abril explica que esta “formou-se em 1991, estabeleceu-se um primeiro objetivo, contruir um Lar Residencial, uma casa com todas as condições especiais, para pessoas especiais”, acrescentando ainda que “foi inaugurada no dia 29 de abril de 1996 e no dia 3 de agosto, do mesmo ano abriu as portas para os seus primeiros 10 clientes”.
Neste momento a Associação é composta por duas casas, tendo a segunda sido inaugurada em Outubro de 1999, com objetivo de “aumentar a associação e assim poder acolher mais 12 novos clientes”. Atualmente esta IPSS acolhe 22 pessoas, sendo que 10 destes, frequentam também o centro de atividades da 29 de Abril.
Para além das atividades desenvolvidas internamente, os utentes frequentam “o ginásio, a natação, hipoterapia e durante o ano realizam-se vários passeios”, iniciativas que acabaram por ser suspensa devido à pandemia.
A pandemia, tal como explica o vice-presidente, “veio trazer problemas que já existiam, porque eles tinham ocupação” e devido a este isolamento, “fechados 24 horas, 22 utentes, em que todos têm problemas, veio agravar muito o estado de saúde”, tanto fisicamente, como psicologicamente.
Quanto à habitual festa, Elsa Sousa, diretora técnica na Associação 29 de Abril revela que “infelizmente não vai ser ainda o aniversário a que os utentes, colaboradores e toda a equipa, inclusive a direção, estavam habituados”, estando previsto um almoço mais intimista.
Elsa Sousa relembra que “no início do projeto era necessário estabilizar os utentes, portanto foi feito um trabalho, em contexto muito familiar e aos poucos é que fomos introduzindo e procurando parcerias para pôr em prática a inclusão das pessoas com deficiência”, sendo que, muitos dos utentes estavam empregados em negócios locais, um trabalho conjunto com a Cerci de Montemor-o-Novo.
Apesar da pandemia ter tido um impacto muito negativo na vida destes utentes e Associação, a diretora técnica acredita que tem de se olhar “para o lado positivo também, é repensar um bocadinho o nosso trabalho, o que é que estamos a fazer”, permitindo resolver e pensar em novas estratégias a adotar.
Para já está a decorrer um projeto “relacionado com uma parceria com a CIMAC e com a Escola de Dança Contemporânea de Évora”, permitindo aos utentes, “trazer o movimento, a noção do corpo, das emoções”, apresentado inicialmente hoje, de forma a celebrar o Dia Mundial da Dança.
Alan Sousa, deixa ainda “uma palavra de conforto e de esperança a todos os que partilham a vida da 29 de Abril”, assegurando que “enquanto direção continuaremos sempre a tentar proporcionar o melhor possível para os utentes”.
Apesar de se celebrarem hoje os 31 anos de existência da Associação 29 de Abril, a festa terá lugar amanhã, de forma intimista, entre utentes e colaboradores desta IPSS montemorense.