O Dia Internacional da Criança com Cancro é celebrado a 15 de fevereiro. Esta data mundial visa ajudar todas as crianças vítimas de cancro a conseguirem acesso a melhores tratamentos e medicamentos e ao mesmo tempo ajudar as famílias e os amigos das crianças vítimas da doença.
Filomena Pereira, diretora do Serviço de Pediatria do IPO Lisboa, refere que no instituto “dão entrada, em média, 180 crianças por ano. Tentamos que eles façam o máximo dos tratamento em ambulatório mas, mesmo assim, há muitos que são internados”. Os tipos de cancros mais frequentes nas crianças são as leucemias, seguidas dos tumores cerebrais.
Filomena Pereira consideras que a pandemia veio afetar um pouco o funcionamento do serviço. “O tratamento é feito da mesma forma mas o facto de as crianças não poderem estar acompanhada pelos dois progenitores, uma vez que apenas é permitida a presença de um acompanhante, afeta a forma de estar durante os tratamentos”.
“A taxa de cura tem vindo a subir, nos últimos 30 anos, e ronda, atualmente, os 75por cento % de forma global. Nas leucemias linfoblásticas, as mais frequentes, a taxa sobe para 85 por cento. São percentagens muito diferentes da oncologia do adulto, uma vez que na pediatria as doenças são mais sensíveis à quimioterapia e as crianças têm uma maior capacidade de suportar tratamentos”.
Filomena Pereira realça a capacidade dos profissionais de saúde em “tratar os meninos. Outra coisa que eu gosto de dizer a todas as pessoas, sobretudo aos adolescentes, é que não considerem a passagem por aqui (IPO) como o fim de qualquer coisa. Considerem como um intervalo para o regresso à sua vida normal. É assim que tem que ser vivido”.
Todos os anos são diagnosticados em Portugal 350 novos casos de cancro em crianças. A maior taxa de incidência de cancro pediátrico regista-se na faixa entre os 3 e os 4 anos. Todos os anos são diagnosticados 13000 novos casos de cancro infantil (até aos 19 anos de idade) na Europa.