Falta de professores na região Alentejo é uma preocupação no concelho de Montemor-o-Novo

Devido ao aumento do número de professores a pedir reformas, estima-se que até 2030, serão necessários 2737 novos professores, na região Alentejo, uma preocupação que começa a sentir-se no concelho de Montemor-o-Novo.

Idalina Bento diretora do Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Novo revela que “neste momento nós temos no Agrupamento uma média de 202 professores, no ativo. Desses 202 professores, 10% ronda os 60, ou mais, anos de idade”, existindo já algumas intenções de pedidos de reformas antecipadas, estando neste momento, esses docentes a “fazer simulações, para ver se lhes compensa a reforma antecipada, até porque há um desgaste inerente ao número de anos de exercício”.

A média de idades do quadro de professores “ronda os 50 anos”, explica a diretora, sendo este “um quadro bastante estável, por isso os professores que entram de novo, são professores que surgem transitoriamente, para suprir algumas necessidades”. Idalina Bento declara que em alguns grupos, começa a ser difícil preencher certas vagas, nomeadamente nos grupos de “Português e História e Geografia de Portugal do 2º ciclo, a nível da Informática também é difícil, a nível do Inglês e a nível da Matemática e Física e Química” as dificuldades acentuam-se. Apesar disto, a diretora esclarece que “os nossos resultados têm disso bastante positivos e, em alguns anos, bastante acima da média regional e em alguns casos, até nacional”.

Devido à “localização geográfica privilegiada, Montemor-o-Novo está muito perto da zona litoral e de grandes centros e tem boas vias rodoviárias”, este é um ponto a favor na contratação de professores que queiram lecionar neste Agrupamento, localizado num meio mais rural. Ainda assim, Idalina Bento acrescenta que, quando não é possível colocar professores, de imediato, “o que temos feito é atribuir horas extraordinárias aos colegas cujo horário o permite”.

“Este ano letivo sei que há três colegas que estão com intenção de reforma antecipada”, revela a diretora do Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Novo, acrescentando que “é importante que em termos de sociedade em geral as pessoas compreendam que houve um desinvestimento na carreira docente que se está a refletir agora.” apelando às entidades competentes “a criação de um quadro, digamos assim, de aliciantes que possibilite aos jovens investirem na educação e formarem-se como docentes”, caso contrário, daqui a quatro anos poderá haver falta de professores, no concelho.

O Ministério da Educação que tinha anunciado um conjunto de medidas para formação, habilitações e recrutamento de professores, suspendeu estas medidas na sequência das eleições legislativas antecipadas. Para assegurar que não exista falta de professores em 2030/2031, é necessário recrutar até lá 34.508 novos docentes, o que corresponde a 29% da totalidade de docentes de 2018/2019.