Já começou a 4ª edição do Festival Imaterial em Évora

Até 25 de maio as culturas e patrimónios do mundo encontram-se em Évora. A programação integra concertos, um ciclo de cinema documental, conferências e conversas, passeios pelo Património e, pela primeira vez, atividades para escolas e famílias que promovem a interação com artistas internacionais. A organização é da Câmara de Évora e da Fundação Inatel, com direção artística de Carlos Seixas.

O arranque desta edição aconteceu na passada sexta-feira, no Cromeleque de Vale Maria do Meio, com uma performance de Abraham Cupeiro, artista da região espanhola da Galiza. Em diálogo com a paisagem e com a História do local, o músico galego partilhou a construção de uma música surgida a partir da recuperação de antigos instrumentos tradicionais, trazendo o passado até ao presente.

À noite, o palco do Imaterial transferiu-se para o centenário Teatro Garcia de Resende, em pleno centro histórico da cidade, com uma sessão dupla antecedida pelos discursos de boas vindas de Francisco Madelino, Presidente da Fundação Inatel, e de Carlos Pinto de Sá, Presidente da Câmara de Évora. “Este festival constitui uma oportunidade para dar a conhecer outros valores e outras culturas que nos valorizam”, afirmou o autarca eborense.

A primeira atuação juntou Abraham Cupeiro e a Orquestra de Câmara da Eborae Música. A exploração de sons da ‘corna’, um ancestral instrumento galego, foi o atrativo de um espetáculo que nos ofereceu música distinta de tudo o que já escutámos anteriormente.

A noite Imaterial terminou com a apresentação ao público de Lina_, com o novo disco ‘Fado Camões’, que “celebra a obra de Luís Vaz de Camões, na comemoração do seu 5.º centenário”. A cantora (que vem aplicando uma natureza exploratória à linguagem do fado) é, atualmente, considerada uma das vozes mais internacionais da música portuguesa, cantando um fado que é todo ele expansão e evasão, fruto de uma vontade de se libertar de todos e quaisquer grilhões.

O Festival Imaterial foi criado à sombra do estatuto de Património Imaterial da Humanidade atribuído pela UNESCO ao Cante Alentejano, mas também de olhos na classificação do centro histórico de Évora como Património Mundial da Humanidade. Durante nove dias, a cidade de Évora transforma-se num local de transmissão de saberes e culturas entre diferentes povos e gerações.