PT.23: Marco da Silva Ferreira apresenta “Carcaça” no Curvo Semedo esta quarta-feira

© JOSÉ CALDEIRA/TMP

Tem início esta terça-feira, 6 de junho, com a apresentação de dois espetáculos, no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, a oitava edição da Plataforma Portuguesa de Artes Performativas, promovida pel’ “O Espaço do Tempo”.

A partir de amanhã, dia 7, todos os espetáculos, com entrada gratuita, são dados a conhecer ao público, em Montemor-o-Novo, em espaços como o cineteatro Curvo Semedo, a Sociedade Carlista e o Convento de São Domingos.

De acordo com o diretor artístico do Espaço do Tempo, Pedro Barreiro, Montemor-o-Novo volta a ser palco para “o que de melhor se faz nas artes performativas contemporâneas, na Europa e no mundo”, sendo que, até sábado, o público e a própria comunidade vai perceber que está perante um evento “singular”.

Entre amanhã e sábado, serão apresentados quatro espetáculos no cineteatro Curvo Semedo, destinados ao público em geral e com entrada gratuita (mediante marcação). O primeiro é “Carcaça”, de Marco da Silva Ferreira. O início do espetáculo está marcado para as 18h30.

A programação completa da Plataforma Portuguesa de Artes Performativas para conhecer aqui.

Saiba mais sobre o espetáculo “Carcaça”:

Em C A R C A Ç A, Marco da Silva Ferreira usa a dança como ferramenta para pesquisar sobre comunidade, construção de identidade colectiva, memória e cristalização cultural. A coreografia que parte inicialmente de footwork saltado como motor agitador e acelerador, desenha progressivamente um corpo vibrante, rebelde e carnavalesco em direção à resiliência e união.

Um elenco de 10 performers formam um colectivo que pesquisa sobre a sua identidade colectiva num fluxo físico, intuitivo e despretensioso do corpo, da dança e de construção cultural. Partem de trabalho de pernas (footwork) que lhes é familiar, oriundo do clubbing, dos ball’s, das battles das cyphers e do estúdio para se aproximarem de danças folclóricas padronizadas e imutáveis relacionadas com a sua memória/herança. Estas danças do passado cristalizaram e não tiveram capacidade de integrar novas definições de corpos, grupos e comunidades que eram tidas como menores. Foi necessário romper com o passado autoritário, totalitário e paternalista. Em C A R C A Ç A propõe-se um exercício integrante do passado e do presente.

Pensando-se sobre: Como se decide esquecer e tornar memória? Qual o papel das identidades individuais na construção de uma comunidade? Qual a força motriz de uma identidade? Que mundo está a atravessar o corpo individual e colectivo? Ou, melhor, que corpos estão a atravessar o mundo?

Os passos complexos mas feitos com ténis simples, trarão não só o som ao palco, mas também as trocas entre as energias cinética, térmica e luminosa. Os sons físicos são acompanhados pela bateria tocada por João Pais Filipe e a música eletrónica de Luis Pestana. Esses elementos, executados ao vivo, constituem uma trilha sonora acelerada que interliga referências da música tradicional (por exemplo fanfarras e marchas), da música pós-moderna e da música de clubbing (Techno/ trance/dub).

FICHA ARTÍSTICA / TÉCNICA

1h30

Maiores de 12 anos

Direção artística e coreografia: Marco da Silva Ferreira

Assistência artística: Catarina Miranda

Intérpretes: André Garcia, Fábio Krayze, Leo Ramos, Marc Oliveras Casas, Marco da Silva Ferreira, Maria Antunes, Max Makowski, Mélanie Ferreira, Nelson Teunis, Nala Revlon

Desenho de luz: Cárin Geada

Direção técnica e operação de som: João Monteiro

Música: João Pais Filipe (percussionista), Luis Pestana (música eletrónica)

Figurinos: Aleksandar Protic

Cenografia: Emanuel Santos

Estudos antropológicos: Teresa Fradique

Danças folclóricas: Joana Lopes

Direção de produção: Mafalda Bastos

Produção executiva: Mafalda Bastos, Joana Costa Santos

Estrutura de produção: Pensamento Avulso

Difusão: ART HAPPENS

Coprodução: Teatro Municipal do Porto, Centro Cultural de Belém, Big Pulse Dance Alliance, New Baltic Dance, Julidans, Tanz im August/HAU Hebbel am Ufer, Dublin Dance Festival e ONE Dance Week

Cofinanciamento: Programa Europa Criativa da União Europeia, Centre Chorégraphique National de Caen en Normandie, La briqueterie – CDCN du Val-de-Marne, Maison des arts de Créteil, KLAP- Maison pour la danse, CCN-Ballet National de Marseille, Charleroi danse, centre chorégraphique de Wallonie – Bruxelles, December Dance (Concertgebouw e Cultuurcentrum Brugge), La rose des vents – scène nationale Lille Métropole – Villeneuve d’Ascq, TANDEM scène nationale Arras-Douai

Apoio: República Portuguesa – Cultura, DGARTES – Direção Geral das Artes

BIOGRAFIA

Marco da Silva Ferreira é intérprete profissional de dança desde 2008. Trabalhou com coreógrafos como André Mesquita, Hofesh Shechter, Sylvia Rijmer, Tiago Guedes, Victor Hugo Pontes, Paulo Ribeiro e David Marques, entre outros. Como coreógrafo, destaca HU(R)MANO (2013), BROTHER (2016), Bisonte (2019) e a cocriação com Jorge Jácome de SIRI (2021); førm Inførms (2022) com a companhia sul-africana Via Katlehong. C A R C A Ç A integra a rede de festivais Big Pulse Dance Alliance.