Estreia amanhã, no Teatro Garcia de Resende, em Évora, “Cápsula do Tempo”, uma produção da associação cultural eborense, Colecção B, que desenvolve programação regular de artes performativas.
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Vanda Ricardo Rodrigues diretora artística e programadora na Coleção B explica que este é um espetáculo único “com uma componente muito performativa porque primeiro é uma coisa que só pode acontecer uma vez, nós estivemos três meses a trabalhar para um único dia de apresentação”, uma vez que, este ano, existirá apenas uma sessão. A apresentação consiste na escolha e debate sobre diversos objetos, recolhidos ao longo desses meses, “que representassem o grupo de artistas e comunidade que está a fazer parte do processo”, que serão fechados numa cápsula do tempo e posteriormente desenterrados, em 2047, para a segunda sessão desta performance.
A intérprete revela que “daqui a 25 anos, vamos abrir a cápsula e confrontarmos com as nossas escolhas, com o que é que mudou, o que não mudou, com o que achávamos que ia ser”, dando um caráter reflexivo a esta produção. Em 2047, quando for aberta a cápsula, os atores e comunidade que participarem na segunda parte deste espetáculo poderão ter acesso a vídeos dos participantes de 2022, bem como do texto de encerramento da primeira parte da peça, “que será escrito, sábado, em cima do palco, escrevendo também o início do espetáculo de 2047″, revela.
O grupo que participa na performance é composto por atores e eborenses, segundo explica a diretora artística, o processo de escolha dos objetos foi longo e complexo, uma vez que “cada pessoa que participou no projeto escolheu cinco objetos e depois foram passando por processos, numa tentativa de horizontalidade, de escolha”. Esta decisão dos objetos prende-se na procura de uma representação da realidade, dos dias de hoje, representando todos os participantes em palco, refletindo sob questões que se tornam cada vez mais pessoais e íntimas, não esquecendo a vertente imparcial e ética do projeto. O espetáculo só termina com unanimidade da escolha dos objetos e a deslocação ao exterior do Teatro onde a cápsula será enterrada.
Por este motivo, o texto construído para esta apresentação “vai expondo o processo destes três meses, as discussões, os argumentos, sobre o porquê de certas coisas puderem ir para a cápsula”, revela a atriz, acrescentando que, “mais do que o interesse de quais são os objetos, é saber quais são as questões que eles levantam”, para terem sido escolhidos e votados pelo público.
A programadora confessa que a Covid-19 tem afetado o sector da cultura de diversas formas, no entanto, a principal preocupação prende-se com o facto de os artistas “passarem imenso tempo a preparar algo que, a qualquer momento, pode não acontecer”, devido às restrições impostas pela pandemia que, acrescenta, é um tema e preocupação que também será retratado na cápsula do tempo.
Para assistir ao espetáculo, Vanda Ricardo Rodrigues revela que os bilhetes pode ser adquiridos na bilheteira online, em www.bol.pt, através do email da Coleção B, prodcolb@gmail.com, ou nos locais habituais, como o Teatro Garcia de Resende. No seguimento das medidas anunciadas pelo Governo, será exigida a apresentação de um dos seguintes documentos para acesso a eventos culturais, ou certificado de vacinação, ou um teste negativo à Covid-19, ou certificado de recuperação.
A “Cápsula do Tempo” será enterrada no dia 15 de Janeiro, nas traseiras do teatro Garcia de Resende, em Évora, e desenterrada no mesmo dia do ano de 2047.
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