Os três arguidos acusados de agressão a três militares da GNR negaram as acusações do Ministério Público, esta manhã, em primeira audiência de julgamento, no Tribunal de Elvas.
Os três homens de etnia cigana prestaram declarações e referiram que não haviam sido os autores das agressões, que na altura dos ataques não estavam no local, não viram ou não sabiam o que tinha ocorrido.
Os arguidos levantaram ainda acusações contra os militares de terem sido violentos, de agressão, de entrada no domicílio, onde se encontravam barricados. No decorrer deste processo, os homens dizem ainda ter sido ameaçados e obrigados a abandonar a residência localizada na freguesia rural de Vila Boim, concelho de Elvas.
Quanto aos militares da GNR foram igualmente ouvidos pelo Tribunal e relataram os factos ocorridos naquela noite e como foram efetuados os ataques, com recurso a um copo de vidro, uma garrafa e um cabo de vassoura.
Um dos militares foi suturado na zona da cabeça com 23 pontos, o outro com oito e o terceiro elemento foi agredido no braço e na zona da cabeça. Na foto ao lado direito, dois dos militares agredidos.
Os militares afirmaram que chamaram os elementos do Grupo de Intervenção Rápida da GNR como forma de precaução de uma situação mais grave uma vez que já era a segunda vez que se deslocavam ao local. Os militares identificaram em sala de audiência os autores das agressões.
O caso ocorreu no passado dia 30 de março, na freguesia de Vila Boim, no concelho de Elvas.
Os guardas deslocaram-se à aldeia de Vila Boim, cerca da 01:30, na sequência de queixas de que um grupo de pessoas estava a ouvir música, proveniente de uma carrinha, com o som muito alto.
Quando a patrulha chegou ao local o grupo de pessoas acabou por acatar a ordem, mas quando os militares abandonaram o local, voltaram a aumentar o som da música.
Mais tarde, os guardas regressaram ao local, tendo sido recebidos com o arremesso de paus e garrafas, o que provocou ferimentos nos três militares que tiveram de receber assistência médica.
Tal como havia acontecido no passado dia 17, centenas de militares e agentes da autoridade marcaram presença, de forma tranquila, numa manifestação de “solidariedade para com os colegas e exigindo que se faça justiça.
O advogado de defesa dos arguidos solicitou no início do julgamento que a sessão prosseguisse sem público face ao estatuto profissional da maioria da assistência. Um pedido que foi indeferido pela juíza.
Na parte da tarde, a sessão prosseguiu com a audiência das testemunhas arroladas ao processo.